Cantídio de Moura Campos
Cantídio de Moura Campos nasceu em Botucatu (SP), aos 21 de outubro de 1889.
Realizou seus primeiros estudos em São Manuel e em Jacareí, completando o curso ginasial no Ginásio do Estado.
Graduou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1912, radicando-se em São Paulo, onde passou a exercer as funções de docente na Faculdade de Medicina.
Nessa escola foi preparador, professor substituto e catedrático de fisiologia até 1929, quando passou para a cátedra de terapêutica clínica.
Foi chefe de clínica do Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia, galgando a condição de professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Dentre outros cargos que ocupou, destacaram-se os de diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP, 1932-1935); secretário da Educação de São Paulo (1935-1937); diretor clínico do Hospital das Clínicas da FMUSP (1946-1961); vice-reitor e reitor em exercício da Universidade de São Paulo; e membro da Academia de Medicina de São Paulo e da Academia Nacional de Medicina.
Teve a honra de presidir a Academia de Medicina de São Paulo num mandato anual entre 1928-1929; a Sociedade Franco-Brasileira de Medicina de São Paulo e a Escola de Odontologia e Farmácia.
Sua ligação com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) originou-se na USP, onde estava envolvido. O governo do Estado de São Paulo nomeou o professor Cantídio de Moura Campos para instalar a Faculdade de Medicina de Campinas, em 1958, designando-o seu diretor pro tempore. Entretanto, nesse período não foram providos os recursos necessários para tal instalação.
Em 1961, Cantídio de Moura Campos integrou o grupo de trabalho constituído pelo reitor da USP, Antonio Barros de Ulhôa Cintra, para estudar e propor um núcleo universitário em Campinas. O projeto, elaborado pelo grupo, resultou na lei 7.655 de 1962, que criou a Unicamp e abrangeu a Faculdade de Medicina de Campinas, que ainda não havia sido instalada.
Em 13 de janeiro de 1963, Cantídio de Moura Campos assumiu o cargo de reitor da Unicamp, exercendo-o por apenas oito meses, com a responsabilidade principal de promover a sua instalação. Em fevereiro foi contratado o primeiro docente, professor Walter August Hadler, para a cadeira de histologia e embriologia. Também em fevereiro foi nomeado diretor da faculdade de medicina o médico oftalmologista Antonio Augusto de Almeida. Em abril foi realizado o primeiro vestibular, para o qual se inscreveram 1.592 candidatos para as 50 vagas existentes. No mês de maio foi instalada a faculdade de medicina, com aula inaugural realizada em 20 de maio pelo reitor da USP, professor Antônio Barros de Ulhôa Cintra. No mesmo mês foi instalado o Conselho de Curadores da Universidade, sendo sua primeira reunião em 8 de maio. Em agosto, o governo paulista nomeou para a função de reitor o professor Mário Degni, que tomou posse em outubro. Sua gestão foi até setembro de 1965.
Cantídio de Moura Campos assim, durante o curto período em que permaneceu como reitor, tomou as primeiras medidas para a instalação da Unicamp e de sua primeira unidade, a Faculdade de Medicina de Campinas, constituindo os quadros de docentes, funcionários e realizando o primeiro concurso vestibular.
Cantídio de Moura Campos faleceu no dia 29 de abril de 1972, na cidade de São Paulo, aos 82 anos. Seu nome é honrado como patrono da cadeira nº 128 da augusta Academia de Medicina de São Paulo.
NOTAS:
Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.