PortugueseEnglishSpanish
Biografia

Luiz Celso Mattosinho França

Luiz Celso Mattosinho França nasceu em Jaú (SP), em 12 de abril de 1931. É filho de Antonio Spina França Filho e Maria José Mattosinho França. Por parte de pai, segunda geração de imigrantes espanhóis, italianos e alemães; por parte de mãe, paulistas, originários de peões de obra portugueses, mineradores, que se localizaram em Minas no século XVIII.

Casado em primeiras núpcias com Elizabeth Lee França, com a qual tem 3 filhos, e em segundas núpcias com Léa Almeida Mattosinho França. Criado em São Paulo durante a depressão dos anos 30, foi aluno do Ginásio Oswaldo Cruz, e do Colégio Anglo-Latino, onde foi preparador de aulas de biologia de Isaias Raw,
posteriormente professor da USP.

Admitido na Faculdade de Medicina da USP com 17 anos, estagiou na Fundação Matarazzo com Piero Manginelli e Henio Hannau; foi monitor de histologia com Luiz Carlos Junqueira; de neuroanatomia com Orlando Aidar; e de anatomia patológica com Ludgero da Cunha Motta e Mario Rubens Montenegro. Em clínica médica estagiou com Otávio Rodovalho. Após a formatura foi médico interno do Hospital das Clínicas (HC), em 1955, com Carmino Caricchio, Luiz Décourt, Toshiasu Fujioka, Euryclides de Jesus Zerbini, Oswaldo Lange e Rolando Tenuto.

Luiz Celso Mattosinho França foi médico residente de anatomia patológica com Constantino Mignone e Maria Luiza Mercadante. Eleito pelos seus pares tornou-se médico chefe dos estagiários do HC e trabalhou com Cantídio de Moura Campos, Emílio Mattar, Mario Ramos de Oliveira, Enéas de Carvalho Aguiar e Odair Pedroso, tendo por sua atividade sido homenageado pelos doutorandos de 1956.

Negada bolsa de viagem pela Kellog Foundation por ser médico residente, juntou numerário para viagem como autopsiante do Serviço Médico-Legal da Polícia e, por indicação de Antonio Cardoso de Almeida, foi ser residente do Baptist Memorial Hospital de Jacksonville, Florida, sob orientação de Alvan Foraker, onde fez pesquisa com microscopia de interferência, trabalhos publicados nos EUA. Após 2,5 anos foi admitido no Memorial-Sloan Kettering Cancer Center de New York como fellow da American Cancer Society, tendo, nessa época, obtido por concurso o título de especialista do American Board of Pathology.

Retornando ao Brasil, em 1961, encontrou as portas fechadas na USP, tendo acolhida e emprego no Hospital do Servidor Público Estadual, recém-inaugurado, aonde veio trabalhar com Reynaldo Figueiredo e Nemésio Bailão10, que conhecia do HC, e com os conselheiros médicos Alípio Corrêa Netto11 e Otávio Martins Toledo. Em poucos anos, na companhia de Eugenio Mauro, Reynaldo Chiaverini, Roberto Melaragno, João Ferreira de Mello, Mozart Tavares de Lima, Geraldo Rodrigues de Lima, Evaldo Mello, Angelita Gama13, Anói Cordeiro, Hartmut Grabert, e tantos outros, estruturou-se um hospital de alto padrão, rivalizando-se com o HC. Deixou essa Casa em 1979, retornando em 1997, e ficando até 2010.

Houve 40 turmas de médicos residentes com 90 médicos; 45 médicos estagiários voluntários, e um total de 53 médicos assistentes. Dentre as atividades de ensino, constam 265 reuniões anatomoclínicas gerais do hospital, realizadas semanalmente aos sábados.

Nos anos 1963-1964 foi assistente de Silvio dos Santos Carvalhal, no Hospital São Paulo, da Escola Paulista de Medicina, como encarregado de patologia cirúrgica, ao lado de Fued Abdalla Saad.

Em paralelo manteve laboratório particular designado, sucessivamente por Instituto de Anatomia Patológica e Citologia de São Paulo; LC Mattosinho França Patologistas Associados e Laboratório Mattosinho, entre 1961 e 2001, onde teve 24 médicos assistentes e 12 biólogos, tendo atendido 29.385 médicos; realizado 19.816 exames por congelação, e um total de 1.187.380 exames anatomopatológicos, bem como cerca de 2 milhões de exames citológicos.

Luiz Celso Mattosinho França publicou 118 trabalhos científicos. Defendeu sua tese de doutoramento em 1972, perante banca constituída por Carlos da Silva Lacaz, Mario Ramos de Oliveira, Manlio Basilio Speranzini, Oswaldo Arruda Behmer e Anói Castro Cordeiro, sobre o tema Citologia do Ducto Torácico (Currículo Lattes http:/lattes.cnpq.br/9672440846909343).

Possui um livro fase de publicação, intitulado Patologia Cirúrgica e Epidemiologia: Relato de 1.187.380 Casos, que é a apresentação do acervo do Laboratório Mattosinho com o uso do programa Procem, baseado no SNOP (Systematized Nomenclature of Pathology). Há relato de 119 órgãos nas categorias de Tumores Malignos Primitivos, Tumores Malignos Secundários, Tumores Benignos e Condições Gerais.

Proprietário rural no Município de Cunha, dedicando-se à pecuária leiteira e produção de laticínios, tendo sido declarado Cidadão Honorário pela Câmara Municipal.

Luiz Celso Mattosinho França16 foi admitido na Academia de Medicina de São Paulo em 8 de agosto de 1986, e exerceu os seguintes cargos: 1. Tesoureiro – gestão Claudio Cohen, 1995-1996; 2. Presidente eleito – gestão Marisa Campos de Moraes Amato, 1997-1998; 3. Presidente – gestão, 1999-2000; 4. Comissão de patrimônio – gestão Luiz Fernando Pinheiro Franco, 2005-2006; 5. Tesoureiro – gestão Guido Arturo Palomba, 2007-2008; 6. Secretário-geral – gestão Yvonne Capuano, 2009-2010; 7. Secretário-geral – gestão Affonso Renato Meira, 2011-2012.

NOTAS:

Biografia e foto foram fornecidas pelo autor.

Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Oswaldo Gonçalves Cruz é o patrono da cadeira nº 99 da Academia de Medicina de São Paulo.

USP: Universidade de São Paulo.

Luiz Celso Mattosinho França faleceu no dia 11 de janeiro de 2017, aos 85 anos.

Mario Rubens Guimarães Montenegro é o patrono da cadeira nº 4 da Academia de Medicina de São Paulo.

Luiz Venere Décourt foi membro honorário da Academia de Medicina de São Paulo.

Euryclides de Jesus Zerbini é o patrono da cadeira nº 29 da Academia de Medicina de São Paulo.

Oswaldo Lange é o patrono da cadeira nº 119 da Academia de Medicina de São Paulo.

Cantídio de Moura Campos foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1928-1929, e é o patrono da cadeira nº 128 desse sodalício.

Mário Ramos de Oliveira foi presidente da Academia de Medicina de São Paulo durante um mandato anual entre 1957-1958.

Nemésio Bailão é o patrono da cadeira nº 28 da Academia de Medicina de São Paulo.

Alípio Corrêa Netto foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1947-1948, e é o patrono da cadeira nº 12 desse sodalício.

Geraldo Rodrigues de Lima é membro honorário da Academia de Medicina de São Paulo.

Angelita Habr Gama é membro honorário da Academia de Medicina de São Paulo.

Fued Abdalla Saad é membro titular e segundo ocupante da cadeira nº 3 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é Rodolpho de Freitas.

Carlos da Silva Lacaz foi presidente da Academia de Medicina de São Paulo durante um mandato anual ente 1962-1963, e é o patrono da cadeira nº 53 desse sodalício.

Luiz Celso Mattosinho França é o primeiro ocupante da cadeira nº 4, cujo patrono é Mario Rubens Guimarães Montenegro. Seu irmão, Antonio Spina França Netto (1927-2010) foi membro titular e emérito da Academia de Medicina de São Paulo; presidente desse sodalício num mandato bienal entre 1977-1978, e o primeiro ocupante da cadeira nº 54, cujo patrono é Enjolras Vampré.