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Biografia

Antonio Carlos Gomes da Silva

Antonio Carlos Gomes da Silva nasceu aos 23 de outubro de 1937. É filho de Nilo Gomes da Silva e Justina Danelon Gomes da Silva. Estudou no Colégio São Bento de 1945 a 1955, do 1º ano primário ao 3º
ano científico.

Cursou o Serviço de Saúde do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) em 1958 e 1959, concluindo com estágio no Hospital Militar de São Paulo, em 1963, quando galgou o posto de 2º tenente médico da reserva do Exército Brasileiro.

Estudou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) de 1958 a 1963, graduando-se na 47ª turma. Durante o período acadêmico participou ativamente da vida política e esportiva, desde o 1º ano médico, quando foi tesoureiro ad-hoc da Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (AAAOC) e, a seguir, no Centro Acadêmico Oswaldo Cruz como 2º tesoureiro, em 1959; 1º tesoureiro, em 1960; e 1º vice-presidente, em 1961. Candidato da oposição à presidência, foi derrotado por pequena margem de votos, em eleição tumultuada, pois a situação sentia-se na iminência de não eleger o presidente.

Participou ativamente da vida esportiva da AAAOC, competindo em várias modalidades esportivas, entre as quais atletismo, voleibol, basquetebol e futebol, onde se destacou, sendo o capitão da equipe desde o 2º ano. Aqui o destino fez das suas, pois, apesar de interno do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP, compareceu a um baile de calouros, para receber o prêmio de melhor futebolista do ano anterior. Eis, se não, quando conheceu então a dra. Marisa Machado Lopes, advogada, com quem viria a se casar em 1966, constituindo família com três filhos: Maria Fernanda Lopes Gomes da Silva, Maria Regina Lopes Gomes da Silva e Luis Celso Gomes da Silva.

Em 1961 e 1962 dedicou-se às monitorias de farmacologia e de técnica cirúrgica. No HC cursou a residência de clínica médica em 1964 e, de alergia, no início de 1965, incompleta, porque foi contratado como médico do Serviço de Alergia do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira (HSPE – FMO), do Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual (Iamspe). No ano seguinte foi promovido a chefe da Divisão de Enfermaria e Terapêutica, cargo que exerceu até pedir demissão em 1980, por incompatibilidade de horários em decorrência de suas atividades docentes, mantendo-se como alergista em sua clínica particular.

No HSPE participou da atividade política, tendo sido eleito o 4º presidente da Associação dos Médicos do Hospital do Servidor Público Estadual, no período de 1967-1968. Na sua gestão participou e teve sucesso na indicação do presidente do Iamspe ao governador Abreu Sodré, em disputa que envolveu cerca de 40 candidatos. Na luta por melhores salários, em decisão de Assembleia Geral, obteve documento de demissão assinado pelos 500 médicos do hospital, sem data, para ser usado quando fosse necessário.

Sem qualquer operação padrão, muito menos menção de greve, conseguiu elevar o salário dos médicos de 270 cruzeiros para 700 cruzeiros, em 2 anos, em época de inflação de 20% ao ano.

Antonio Carlos Gomes da Silva iniciou sua carreira docente como instrutor da disciplina de farmacologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, em 1965, passando a assistente em 1972, por concurso.

Em 1972 defendeu tese na FMUSP com o trabalho Ação do Prazosin em Pulmão de Cobaia, obtendo o grau de doutor em medicina. Como consequência foi promovido a professor assistente doutor, integrando o corpo docente do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) com a reunião dos corpos docentes das Faculdades da USP. Ministrou aulas em várias de suas faculdades; escreveu capítulos de livros da disciplina e publicou artigos científicos. Aposentou-se nesse cargo em 1994.

Em 1971 foi convidado a fazer parte do corpo docente da disciplina de farmacologia da Faculdade de Medicina de Santo Amaro (FMSA), da Organização Santamarense de Educação e Cultura (Osec), desligando-se em 1972, quando ministrou aulas de farmacologia na Faculdade de Medicina de Taubaté.

Aí se tornou professor titular em 1973, demitindo-se no início de 1974. Retornou à FMSA como professor
titular de farmacologia.

Em 1976 assumiu a vice-diretoria da FMSA e, em 1978, foi guindado ao cargo de diretor. Aceitou ser reconduzido em 1982, pois havia um movimento de alunos para eleger o diretor da FMSA, com o qual não concordou. Na sua gestão teve a oportunidade de, em conjunto com professor dr. Rubens Monteiro de Arruda – um dos sócios da mantenedora e fundador da FMSA –, e os professores titulares das cadeiras clínicas, transformar um prédio de três andares do campus, onde eram ministradas aulas para outras faculdades da Osec, no Hospital Waldimir Arruda, de 200 leitos, para abrigar as quatro disciplinas clínicas e o internato de 5º ano. Após a morte do professor Rubens Monteiro de Arruda o controle da mantenedora passou para outro mantenedor.

Em 1984, como o mantenedor demonstrasse inidoneidade, denunciou-o ao Ministério de Educação e Cultura, gerando uma crise que impediu a continuidade do curso no 2º semestre daquele ano, pois a Congregação da FMSA declarou-se impossibilitada de continuar as aulas por desconhecer a idoneidade do mantenedor. Essa postura custou a sua demissão, não aceita pela Congregação, que lhe conferiu o título de Diretor Honoris Causa. Ficou afastado até novembro quando, tendo o mantenedor sido declarado inidôneo para o ensino pelo ministro da Educação, foi nomeado um interventor que cedeu à pressão dos alunos e o nomeou para o cargo de subinterventor na FMSA. Reassumiu em 9 de novembro de 1984, com o encargo de reorganizar o curso médico, a fim de cumprir a carga horária necessária para complementação do ano letivo até fevereiro do ano seguinte. Permaneceu como diretor até abril de 1987, ocasião em que pediu demissão ao ser convidado para assessoria da superintendência do HC, momentos após ter sabido de atitude injustificável contra si por parte de professores e alunos da FMSA, em reunião de véspera na Associação Paulista de Medicina.

Na Superintendência do HC, como assessor, atuou em várias áreas do desenvolvimento do hospital com destaque para a reforma e modernização do setor de esterilização de materiais pelo óxido de etileno; na implantação do transplante de medula óssea e na instalação dos cursos supletivos para os atendentes e auxiliares de enfermagem.

Em novembro de 1992 tornou-se superintendente do HC, onde permaneceu até janeiro de 1995. Com o apoio do governador Luiz Antonio Fleury e do secretário Cláudio Ferraz de Alvarenga, recuperou a credibilidade da instituição através de política de pagamentos em dia aos fornecedores, a preços de mercado. Foram várias ações das quais se destacou a concorrência internacional para a compra de insumos, com economia de 30 milhões de dólares em um ano, 25% do orçamento desse item. Deu continuidade às obras de remodelação do HC: aumentou o número de leitos para retaguarda do pronto-socorro; instituiu o atendimento a convênios e particulares em 15% da capacidade do Complexo HC e reorganizou o setor administrativo. Criou o Instituto de Radiologia, o Serviço de Triagem dos pacientes que procuravam o prontosocorro e a Casa da Aids. Foi o superintendente do cinquentenário do HC.

Antonio Carlos Gomes da Silva continua na atividade clínica em seu consultório de alergologista. Participa de reuniões científicas e congressos nacionais e internacionais da especialidade, presidindo secções, mediando debates, ministrando aulas e apresentando trabalhos científicos.

É sócio do São Paulo Futebol Clube desde 1949; foi conselheiro no biênio 1992-1993. No Jockey Club de São Paulo foi diretor do Serviço de Controle Antidopagem (2002-2005).

NOTAS:

Biografia e foto foram fornecidas pelo autor.

Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Rubens Monteiro de Arruda é o patrono da cadeira nº 123 da Academia de Medicina de São Paulo.