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Biografia

Arary da Cruz Tiriba

Arary da Cruz Tiriba nasceu em Santos (SP), aos 3 de agosto de 1925, cidade onde recebeu instrução em escola pública e no Colégio Marista.

Graduou-se pela Escola Paulista de Medicina (EPM), em 1950. Tropicalista, diplomou-se pelo 1º Curso de Medicina Tropical do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 1960. Tornou-se sanitarista e administrador hospitalar pela Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo (1955-1957).

Dentre os cargos e funções que exerceu salientam-se: diretor de serviço do Hospital “Emilio Ribas”; livre-docente e professor titular, por concurso público, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Escola Paulista de Medicina, na disciplina de doenças infecciosas e parasitárias do Departamento de Medicina. Nessa instituição, até 2011, embora aposentado, tem atuado voluntariamente no ensino médico de enfermaria no hospital universitário. Por convocação de governos − federal e estaduais −, realizou pesquisas para esclarecimento de epidemias e orientação sanitária no território nacional (Acre, Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e − fora do Brasil −, em Paiçandu, Uruguai, fronteira fluvial com Argentina. Em 1972 organizou a enfermaria de emergência em Guararema, Vale do Paraíba do Sul, para atender a epidemia de febre tifoide. Em 1975 assistiu à grave epidemia de encefalite por arbovírus, transmitido por mosquito, no litoral sul de São Paulo, especialmente, no Vale do Ribeira, região de Peruíbe, Registro, Iguape e Cananeia. Foi a primeira epidemia dessa natureza ocorrida no Brasil, matéria de sua tese, reclamada como foi pelo secretário da Saúde, Walter Sidney Pereira Leser. À ocasião montou e dirigiu um hospital de emergência, em Itanhaém, para atendimento dos doentes. Por tal ação foi agraciado pelo Governo do Estado (Paulo Egydio Martins) com a medalha de ouro – Valor Cívico – conferida a quem arrisca sua vida em prol de semelhantes.

Arary da Cruz Tiriba jamais assumiu filiação partidária política. Contudo, em 1978, durante o Governo Geisel, foi designado diretor pró-tempore para resolver, em 30 dias, a situação da Faculdade de Medicina de Taubaté, cuja mantenedora, a Irmandade da Santa Casa local, se desfizera da Instituição de Ensino, deixando alunos e professores à deriva.

Até então possuía apenas experiência da didática médica, porém, nenhuma de administração de ensino superior. Resolveu a situação dentro do prazo estipulado, mas suas passagens pelo Distrito Federal para solucionar a questão são anedóticas.

Em 1992 foi nomeado pelo Governo do Estado, diretor do Instituto Pasteur de São Paulo. Por ser considerado exigente, foi armada pela “tripulação de bordo” sua exoneração após 2 anos.

Em 2011 solicitou demissão da Academia de Medicina de São Paulo.

Provavelmente, a primeira vez que tal medida tenha ocorrido. Mas necessária, segundo
pensava, para cessão do lugar a mentes mais abertas.

Resumindo… filho de caiçaras, caiçara é; tem vivido, o caiçara, exilado na malha urbana do planalto cego para o mar. A mente, livre como a do caiçara. Como dos últimos e legítimos caiçaras, jamais teve aspirações; desejou, apenas, adormecer o sono último sobre a esteira de taboa[ô] atada com guaxuma. Você! não conhece o sono bom! nunca dormiu sobre tal esteira!…

NOTAS:

Biografia e foto foram fornecidas pelo autor.

Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Arary da Cruz Tiriba é membro emérito da Academia de Medicina de São Paulo e o primeiro ocupante da cadeira nº 81 sob a patronímica de Adolpho Lutz. Atuou na diretoria desse sodalício como membro do Conselho Científico (2009-2010) e como diretor cultural até junho de 2011.

Destaca-se também como escritor e é membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional do Estado de São Paulo (Sobrames – SP).