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Biografia

Sérgio Lustosa da Cunha

Sérgio Lustosa da Cunha nasceu aos 24 de março de 1929. 

Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 1953, e especializou-se em oftalmologia na clínica oftalmológica do Hospital das Clínicas (HC), sob a chefia do professor Cyro de Barros Rezende. Dedicou-se à carreira universitária nessa instituição de ensino, obtendo o título de doutor, em 1960, com a tese Da Introflexão Escleral com Implantes no Tratamento Cirúrgico do Descolamento da Retina – Contribuição ao Estudo do Comportamento da Pressão Intraocular no Paciente Curado

Trabalhou como médico voluntário no HC–FMUSP em 1954 e, a partir de 1955, iniciou trabalhos de plantonista no pronto-socorro. 

Em 1959 obteve bolsa de estudos, a fim de se aprimorar em doenças e cirurgia da retina, em Boston, nos Estados Unidos da América (EUA), com o professor Schepens. 

De outubro a novembro de 1961 obteve outra bolsa de estudos aos EUA e, em outubro de 1962, tornou-se médico assistente do HC – FMUSP. Ainda em 1962 ganhou a terceira bolsa de estudos para aprimoramento profissional, dessa vez em Londres. Em maio de 1965 conquistou a livre-docência junto à FMUSP com a tese Alterações do Segmento Anterior do Globo Ocular após o Tratamento Cirúrgico do Descolamento da Retina. 

Em março de 1969 passou a integrar o quadro de professores da disciplina de oftalmologia da FMUSP. Tornou-se professor adjunto a partir de 1973 e, a partir de 1978, foi efetivado como diretor do Serviço de Retina e Neuroftalmologia, cargo que exerceu até o seu falecimento. 

Sérgio Lustosa da Cunha foi fundador e primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Ingressou na Academia de Medicina de São Paulo, em 25 de abril de 1967, tornando-se membro honorário. 

De acordo com Samir Jacob Bechara e Vital Paulino Costa, seus residentes que lhe dedicaram um necrológio, Sérgio Lustosa da Cunha “além de ser um dos grandes responsáveis pela introdução da introflexão escleral no Brasil, tinha presença marcante, percebida por todos durante a residência. Durante o Seminário J. Britto e durante as reuniões do setor de retina, sentava-se sempre na fileira da frente, quase se deitando sobre a cadeira. Suas observações eram objetivas, claras e sempre traziam o que de mais atualizado havia em termos de publicações científicas”. 

“À primeira vista, parecia bravo, austero e exigente. Bastavam poucas semanas de convívio para notar que essa imagem não era verdadeira. Tinha uma alma pura, desprovida de maldade, sempre disposto a ajudar o residente, particularmente aquele que demonstrasse um interesse maior por pesquisa e por retina, em especial. Extremamente generoso, confiante e apaixonado pelo que fazia, costumava enaltecer as conquistas de seus alunos. Enfim foi um verdadeiro mestre. Além disso, era grande esportista, jogador de tênis e squash, modalidades que praticou até o fim de sua vida”. 

Teve consultório na Rua Bahia junto com seu pai, Moacyr Cunha, e seu irmão Rubem. Aí possuía uma biblioteca ampla e bem organizada, e poucas eram tão completas como a dele. Pelos seus estudos e pesquisas sobre retinopatia foi considerado um pioneiro no Brasil, nessa área. 

Sérgio Lustosa da Cunha foi casado com Maria Angélica Rodrigues Pinto da Cunha e desse conúbio nasceram três filhos: Sergio Luiz, Carmen Lídia e Ana Elisa, que lhes deram sete netos. Faleceu em 3 de fevereiro de 2006, aos 77 anos incompletos.  

NOTAS:

Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

João Paulo da Cruz Britto é o patrono da cadeira nº 27 da Academia de Medicina de São Paulo.