2010, Ano do Bicentenário de Chopin, por Acad. Guido Arturo Palomba
Frédéric Chopin (1810-1849) entrou para a história da música pelo piano, como o único “grande criador que foi pianista-compositor puro, e único pianista-compositor puro que foi um grande criador” (Rattalino, P.).
Nasceu na Polônia (Zelazowa-Wola), de pai francês e mãe polonesa, estudou no conservatório de Varsóvia e desde tenra idade criava músicas (aos sete anos já compunha polonaises, aos oito, fez sua primeira aparição pública).
Após algumas apresentações não bem compreendidas em Viena e na Alemanha, dirigiu-se a Paris, em cuja cidade rapidamente começou a ter grande sucesso. Jovem, vindo de longe, com aura de “artista romântico”, começou a frequentar a alta sociedade. Embora tivesse sangue francês, falava o idioma com sotaque, não tardou a se tornar o mais requisitado (e caro) professor de piano da cidade (a maioria de seus alunos era de moças de família de posse).
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Paris tinha, em 1845, cerca de um milhão de habitantes e sessenta mil pianos.
Elogiado por Frans Liszt (1811-1886) e amigo de Eugène Delacroix (que o retratou magnificamente em 1838), logo galgou os degraus de celebridade. Atingiu o ponto mais alto no meio social parisiense ao tornar-se amante de Aurore Dudevant (1804-1876), consagrada escritora de hábitos masculinos e, segundo biógrafos, escandalosa, que usava o pseudônimo de George Sand. Muito se escreveu sobre o conturbado romance Chopin-Sand, que durou de 1838 a 1847, terminando em atribulada separação, em que ela o abandonou. Entrou em depressão e logo veio grave penúria física. Não mais recuperou a saúde. Depois de certa estada em Londres, voltou a Paris, pesando 45kg. Nostálgico e doente dos pulmões, faleceu em 17 de outubro de 1849.
Na música pianística, no entendimento do historiador Luiz Ellmerich, a importância de Chopin equivale à de Haendel para o oratório, de Mozart para a ópera e de Beethoven para a sinfonia. Em muitos lugares do mundo comemorar-se-á, este ano de 2010, o bicentenário do nascimento do gênio.