A verdade sobre o genocídio, por Cláudio Luiz Lottenberg
Impossível negar.
Existe sim uma tentativa de genocídio do Oriente Médio: o Hamas ambiciona aniquilar Israel e a sua população. Está no seu estatuto e no seu bordão mais popular, “Do rio até o mar, a Palestina será livre”.
Se não for contido, depois fará o mesmo, mundo afora, com todos que não aceitarem a sua versão radical e totalitária de sociedade.
É inacreditável que, apesar da clareza absoluta das suas intenções genocidas, o Hamas consegue diluí-las em um falso discurso de vitimização e de resistência. Não apenas isso: na esteira de um antissemitismo latente, a imputação de genocida acaba recaindo, em alguns círculos desinformados ou mal intencionados, sobre Israel.
Há milhares de mortos na guerra iniciada pelo Hamas, nos dois lados da fronteira. Qualquer tentativa de relativizar o sofrimento dos inocentes é inaceitável. Por isso, reafirmo: os argumentos desse texto têm como pressuposto o respeito e a solidariedade às famílias enlutadas — tanto em Israel quanto em Gaza.
Justamente por isso, precisamos compreender a realidade para evoluir na direção certa. Atualmente, palestinos e israelenses são vítimas de uma mesma entidade terrorista. Ela se chama Hamas, que não aceita a existência da única democracia da região e incentiva o ódio étnico aos judeus.
A acusação de genocídio contra Israel tem dois objetivo interligados. O primeiro, é justificar a matança promovida pelo Hamas e a covardia da sua estratégia, alicerçada no uso de seu próprio povo como escudo. O segundo é agredir a memória do Holocausto, quando a máquina de morte nazista planejou e executou, com absoluta frieza e disciplina, o assassinato de seis milhões de judeus, sem que nenhum deles pretendesse — antes, durante ou depois — destruir a Alemanha.
Acusar os judeus de repetir práticas nazistas nada mais é do que uma forma de antissemitismo. A falsa acusação dos terroristas não resiste aos fatos. Desde a fundação de Israel, aprovada pela ONU, a população palestina praticamente quadruplicou. É uma das que mais cresce no mundo.
Milhares de palestinos são atendidos, a cada ano, em hospitais israelenses, que estão entre os melhores do mundo. Mesmo agora, durante a guerra, o exército de Israel pede à população civil que se retire de áreas que serão bombardeadas. Quem não deixa é o Hamas, que usa hospitais e escolas com fins militares. Só o preconceito explica como a mentira consegue sufocar a verdade.
Matéria publicada em https://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2023/12/08/a-verdade-sobre-o-genocidio.htm?cmpid=copiaecola