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Homenagem ao Dr. Jacques Crespin, por Glaucia Munhoz Jordão

24.04.2013 | Gerais

Autoria: Enfermeira Glaucia Munhoz Jordão
Tenho 54 anos, fui paciente dele durante 53 anos! Cuidou também dos meus 2 irmãos, sobrinhos,meus 3 filhos e meu neto de 1 ano de idade.
Foram 3 gerações de pacientes, além de ter sido um mestre na minha vida profissional.

DESPEDIDA

Chegou neste mundo, na primavera da França,feito flor que nasce para encantar, perfumar e colorir!
Partiu deste mundo no outono do Brasil,feito folha que o vento leva e as nossas mãos não puderam alcançar!
Deixou-nos imersos em lágrimas, com uma dor aguda no peito, revirando boas lembranças guardadas em caixas de jóias do coração.
Meu amigo, meu médico…
Cuidou da minha infância, da infância dos meus filhos e atualmente do meu neto.
Hoje, as suas crianças choram sentidas.
Ficamos órfãos!
Totalmente desprotegidos do seu colo…estamos sem chão e sem saber pra onde correr, neste labirinto que a vida nos jogou.
Ficou a sua imagem abrindo a porta do consultório, sorrindo e de braços abertos.
FIcou o seu exemplo de ética, respeito, dignidade e bom humor.
Até o exame físico você transformava em festa, provocando risadas na criançada.
Sua vacina nunca doeu,a doença nunca era grave…já ia sarar!
Ficou a sua voz, em meio a tantas conversas agradáveis.
Falávamos das crianças, de receitas, de arte, de medicina, de histórias de vida,
de chocolate, de viagens… dos navios!
Dentre tantas coisas, ensinou-me a gostar dos cruzeiros pelos mares, ensinou-me a andar em Paris.
Que saudade!
E agora ficamos aqui…
Privilegiados pela convivência de cinquenta e três anos e muito tristes pela ausência física de apenas alguns dias.
E agora, doutor? Quem sabe qual o remédio para esta dor?
Então, a notícia que lhe mando (você sempre queria notícias), é que ninguém poderá substituí-lo…ninguém.
Seu lugar em nossos corações está ocupado, e nele, transborda sabedoria, doçura e firmeza.
E assim vamos seguir, agarrados nesses alicerces de uma vida inteira e abraçados a uma de suas dedicatórias:
“A Glaucia, ontem, hoje e sempre.”
Até um dia!

Enfermeira Glaucia Munhoz Jordão (sua paciente).