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Acadêmico Clóvis Francisco Constantino participa de live sobre o impacto das mudanças climáticas na Saúde

21.05.2024 | Acadêmicos

No dia 7 de maio, o Acadêmico Clóvis Francisco Constantino, participou de uma conferência virtual com o tema “Como as mudanças climáticas impactam a nossa Saúde?”. A palestra foi organizada pela página “Médicos pelo ar limpo” e transmitida pelo perfil oficial da iniciativa no Instagram. O projeto visa conscientizar a sociedade sobre a crise climática, poluição do ar e seus impactos na Saúde.

Além de Constantino, participaram também a patologista e diretora executiva do Instituto Ar, Evangelina Araújo, e a diretora financeira da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Maria Enedina Scuarcialupi.

Evangelina Araújo iniciou o encontro se solidarizando com a população do Rio Grande do Sul, que foi, nas últimas semanas, afetada por fortes temporais advindos de extremas mudanças climáticas. “Este desafio que nos cerca não é o futuro, é o momento. É o que nós estamos vivendo agora e os efeitos disso na saúde nos deixam estarrecidos”, salientou.

Impacto na respiração

De acordo com Maria Enedina Scuarcialupi, o aquecimento global traz uma série de consequências tanto para a Terra quanto para a população. “Temos visto chuvas e secas excessivas, tudo ao extremo, e o nosso pulmão, que é a nossa árvore respiratória, está exposto a tudo isso. Depois da pele, ele é o órgão com maior exposição para material particulado, poluição, fumaça e cigarro”, acrescentou.

A especialista apontou que a poeira intradomiciliar e extradomiciliar afeta violentamente a saúde dos indivíduos. Do ponto de vista respiratório, o pulmão é a porta de entrada para a circulação e interage diretamente com outros órgãos. Segundo ela, a inalação de poluentes pode causar, inclusive, doenças cardiovasculares e reduzir a expectativa de vida da população.

“Essas mudanças drásticas retiram as defesas locais da nossa árvore respiratória [no caso, o pulmão], fazendo com que tenhamos menos defesa contra vírus e bactérias. Acabamos de passar por uma pandemia e estamos sendo afetados intensamente por vírus, porque as pessoas se isolaram, se protegeram e agora estão se descuidando”, alertou.

Conforme salientou, crianças e idosos são a parte da sociedade que mais sofrem com as mudanças climáticas. “O mundo está falando para nós e para a nossa saúde que estamos adoecendo. Acredito que esteja muito visível, não apenas para profissionais da Saúde, como também para o público leigo. É possível ver essa mudança e esse prejuízo na nossa qualidade de vida”, pontuou.

Consequências na infância

Do ponto de vista de Clóvis Constantino, a humanidade tem conhecimento do que está acontecendo com o planeta, porém, na prática, nenhuma ação efetiva é tomada. “São muitos discursos, muitos documentos, mas as ações realmente não ocorrem na velocidade que deveriam ocorrer no sentido de evitar uma piora de uma situação desse tipo”, indagou.

Na condição de vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Constantino afirmou que o aquecimento global é uma das preocupações da classe atualmente, pois os profissionais da Pediatria trabalham com o crescimento e desenvolvimento dos seres humanos, preparando as crianças para o futuro – que está arriscado.

“As nossas crianças e adolescentes serão os cidadãos que cuidarão do País em breve. Fazemos questão que eles, assim como seus pais, se eduquem em relação a este tema, porque certamente nos ajudarão bastante a mostrar a realidade para as pessoas. No futuro, eles verão os rumos negativos que o nosso planeta tomou nas últimas décadas”, manifestou o diretor da APM.

Além disso, ele relatou que as mudanças climáticas causam sérios problemas em crianças e gestantes. O pediatra destacou que a alta temperatura, por exemplo, prejudica os bebês em seus primeiros anos de vida, além de poder desencadear nascimento prematuro – sendo esta uma das principais causas de mortalidade infantil.

O especialista enfatizou ainda a questão da vulnerabilidade social, demonstrando que pessoas nessas condições são as mais afetadas, de modo que parte disso pode ser explicado pela falta de recursos financeiros para a prevenção e tratamento de doenças.