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Acadêmico Guido Arturo Palomba fala sobre Psiquiatria Forense em programa do SBT

13.09.2024 | Acadêmicos

Na última segunda-feira, 9 de setembro, o psiquiatra forense e membro da Comissão de Patrimônio da Academia de Medicina de São Paulo, Acadêmico Guido Arturo Palomba, participou do programa The Noite, apresentado por Danilo Gentili no SBT. Durante a entrevista, Palomba explicou a etimologia da Psiquiatria Forense, analisou casos famosos e discutiu o diagnóstico de psicopatia.

Palomba iniciou sua explicação destacando a origem do termo “forense”, que vem da palavra “fórum”, ligando o conhecimento psiquiátrico ao âmbito judicial. “Quando há dúvida ou suspeita de insanidade mental em um processo, o juiz, promotor ou advogado nomeiam um perito. É aí que entra o psiquiatra forense, que articula a parte médica com a jurídica”, esclareceu.

Comportamento criminal e diagnóstico

O psiquiatra enfatizou a dificuldade em simular insanidade mental de maneira convincente. “Isso é coisa de filme”, afirmou. Ele explicou que determinados transtornos possuem padrões insimuláveis, como o olhar característico de um esquizofrênico paranoide ou a expressão facial de um deprimido. Segundo Palomba, um perito treinado reconhece esses padrões, tornando praticamente impossível fingir esses comportamentos.

Outro ponto discutido foi a relação entre o crime e o comportamento do criminoso. “O crime é sempre uma fotografia exata do comportamento do indivíduo”, disse o especialista, ressaltando que a maneira como o crime é praticado pode fornecer pistas sobre o estado mental do autor. Ele citou características como a multiplicidade de golpes ou a ferocidade na execução como indicativos de possíveis distúrbios mentais.

Com quase 50 anos de experiência, Guido revelou que, apesar da longa trajetória, alguns casos ainda o surpreendem. Ele mencionou o caso de um jovem de 13 anos que matou seus familiares antes de se suicidar, destacando a gravidade e complexidade do Caso Pesseghini. Segundo o psiquiatra, Marcelinho (como ficou conhecido) sofria de encefalopatia, uma condição neurológica que pode ser resultado de uma hipóxia severa sofrida na infância. Essa condição teria contribuído para seu comportamento extremo.

O diretor da APM abordou a possibilidade de entender a condição mental de uma pessoa após sua morte. Para Palomba, o grau de precisão entre um exame póstumo e um exame realizado em vida é semelhante, embora o método seja diferente. “Você recolhe peças de um quebra-cabeça até formar uma imagem nítida”, comparou.

Ele também fez também um alerta sobre o diagnóstico de psicopatia em menores de idade. Segundo o psiquiatra, a adolescência é um período de confusão mental, em que os jovens estão em processo de formação de seus valores, o que pode levar a diagnósticos precipitados. “O diagnóstico de psicopatia é para a fase adulta”, concluiu.

Foto: Divulgação/SBT

Texto: Comunicação – Associação Paulista de Medicina – Adaptado.