Coluna Do Livro – Embriologia sagrada, ou tratado da obrigação, que tem os parocos,…
Obra traduzida do latim para o português, tendo origem em Nápoles e Sicília, por ocasião do sínodo diocesano, de 1756.
Registre-se que recebeu várias traduções em diferentes línguas, até em grego, tendo por objetivo que “cada pároco das sobreditas nações tenham o seu exemplar”. E não só esses: “os pastores, médicos, cirurgiões, parteiros e ainda pais e mães de família, tiverem, lerem ou praticarem o que ensina esta obra”. São dois tomos. O conteúdo básico do primeiro (250 páginas) é sobre gravidez e obstetrícia. Aborda assuntos os mais variados, por exemplo, o aborto: “vergonha e temor aos pais são não poucas vezes causa dos abortos voluntários”. Os temas vão se sucedendo de modo ininterrupto e estimulante: “preparação das cousas necessárias para a operação cesárea” e outros.
O segundo tomo (286 páginas) aborda o nascituro e certas situações específicas, como a hidrocefalia, o “batismo dos monstros”, o prematuro e tantos outros. Interessante que a obra não revela o autor, e sobre essa ausência há um aviso que dá a entender que o importante é o conteúdo, não quem o criou.
Impresso na Regia Officina Typografica, Lisboa, 1791. Encontra-se em excelente estado de conservação, contém ilustrações, pertence ao acervo da APM desde o final da década de 1970.
Guido Arturo Palomba
Diretor Cultural Adjunto da APM.
*Fonte: Suplemento Cultural da Revista da APM Abril de 2018 – nº300