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Espaço do Editor: Pegando o Bastão

09.05.2017 | Acadêmicos, Gerais

“Não descuidar da sucessão é reconhecer a mortalidade.”
Padre Antônio Vieira (1608-1697), escritor e orador português,
missionário no Brasil.

É tradicional no atletismo, nas corridas de revezamento, depois de cumprida a volta pelo esportista, ele, que carrega um bastão, o transfere ao seu sucessor, membro de uma mesma equipe. Esse ritual de transferência segue até que o último corredor da equipe comece o mesmo percurso. 

Numa vida associativa ocorre exatamente o mesmo: cumpre-se um mandato e termina-se um percurso, que corresponde a um período na saga da grei. Os membros de uma equipe se renovam ou permanecem em suas posições, necessariamente referendados em escrutínio entre seus pares, na dependência direta do que determina o Estatuto, a carta magna da entidade. Esse revezamento denota um trabalho de equipe, de ajuda mútua e sinérgica, onde se tem como denominador comum a busca de se cumprir não somente a missão recebida, como também o aprimoramento e a superação dos resultados. 

Infelizmente, a consciência de que os dirigentes enquanto tais estão escrevendo automaticamente a história de suas agremiações e, que a mesma, transcenda a própria materialidade de seus seres, não se faz presente de modo notório em nossa cultura. 

Agora é chegada a minha vez de pegar o bastão da diretoria de comunicação e da editoria do Asclépio, na querida Academia de Medicina de São Paulo, cargos em que fui gentilmente convidado a participar pelo presidente José Roberto de Souza Baratella – a quem, envaidecido, muito agradeço –, e que exercerá mais um mandato (2017-2018) à frente desse insigne sodalício. 

Minha responsabilidade cresce muito, pois sucedo a dois ilustres e renomados membros que muito fizeram pela implantação, divulgação e manutenção do Asclépio como boletim da Academia de Medicina de São Paulo, a saber: Affonso Renato Meira (2010-2011, junho), que também exerceu a presidência do silogeu por dois mandatos consecutivos (2011-2012 e 2013-2014) e Conceição Aparecida de Mattos Segre (julho, 2011-2016). Em homenagem a eles, assim como motivado pela preservação da história, mister mui caro a mim, será inaugurada neste boletim a coluna dos ex-editores do Asclépio. Conhecer a história de uma determinada entidade afim é possuir um conteúdo inestimável, próprio daqueles que transcendem a hodierna cultura iconoclasta reinante, a qual também deriva da mentalidade materialista self service em voga. 

O Asclépio não somente é um órgão oficial de divulgação da Academia de Medicina de São Paulo, como também um veículo à disposição de seus membros, a fim de que divulguem seus artigos e reflexões, respeitando, necessariamente, as normas de publicação, que, dentre outras determinações, pede que os textos sejam sucintos. 

Infelizmente, o Asclépio não conta com patrocinadores e todos os custos de diagramação, impressão em quatro cores, em papel de alta qualidade, além da distribuição são pagos pela Academia de Medicina de São Paulo, que, por sua vez, possui um orçamento exíguo. 

Que o Asclépio continue cumprindo avante a sua missão! Que os acadêmicos contribuam para o seu engrandecimento e divulgação, que, necessariamente, também refletirão no engrandecimento da augusta Academia de Medicina de São Paulo! 

Helio Begliomini, editor do Asclépio