Maconha
Maria Cecilia Jabur Palomba
Informações sobre mesa-redonda que discutiu a legalização da maconha e suas problemáticas, com Ronaldo Laranjeira, Valentim Gentil e Conceição de Mattos Segre, organizada pela Federação Brasileira das Academias de Medicina, nas dependências da Associação Paulista de Medicina, em 26 de maio de 2018.
Dados: 70% dos usuários de cocaína são usuários de maconha;
40% dos usuários de maconha são usuários de cocaína;
a idade em que os adolescentes mais experimentam maconha é 16 anos;
no Brasil temos 1,3 milhão de dependentes químicos (DQS);
28 milhões de pessoas convivem com algum DQ na família;
7% da população já experimentou maconha;
20% das pessoas que bebem consomem 80% do álcool produzido no mundo;
75% (111 milhões) das pessoas são contra a legalização da droga no Brasil, e 11% (16,3 milhões) são a favor, o restante não sabe ou não quis responder; os países que legalizaram a maconha tiveram o consumo aumentado; maconha virou business em muitos países: os EUA têm até uma revista (tipo a Exame) só para pessoas que têm como fonte de renda a maconha, chama-se Marijuana Venture;
50% da maconha produzida em Denver, EUA, não é fumada, e sim comestível (Nutella de maconha, chiclete etc.).
Problemática I: o que sabíamos sobre a maconha precisa ser revisto, pois os estudos diziam respeito à maconha de vários anos atrás. Hoje em dia, a quantidade de Canabidiol e Tetrahidrocanabinol (THC) mudou muito, o que gera mais letargia, episódios psicóticos e não se sabe ao certo o mal que causam para a saúde.
Problemática II: não se pode regulamentar o uso sem liberar, e a liberação aumentaria o consumo, principalmente para adolescentes e jovens adultos. Quando o estado legaliza, de alguma forma diz que aquele produto “não tem problema”, ainda que faça advertências sobre seus malefícios.
Problemática III: hoje, sabe-se que a maioria das pessoas que fumam maconha não fica psicótica, porém, não podemos nos esquecer dos sintomas subclínicos, são eles: dificuldade para entrar e para sair da faculdade, pouca capacidade de entender a situação como um todo, impulsividade, pouca capacidade de lidar com consequências, estados esquizofreniformes, menos capacidade competitiva no mercado de trabalho.
Problemática IV: muito se fala sobre maconha versus álcool versus cigarro, mas um fato é certo, mesmo que faça menos mal para o corpo, é muito ruim para o cérebro e consequentemente para o psíquico, principalmente a médio prazo.
Problemática V: o THC atravessa a placenta e muitas mães que fizeram uso de maconha na gestação têm bebês com baixo peso, menor estatura, irritabilidade, choro incessante e maior necessidade de permanecer na UTI. Além de atravessar a placenta, o THC também passa para o leite, mas os efeitos disso no bebê ainda não foram estudados.
Maria Cecilia Jabur Palomba
Psicóloga.