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Caduceu da Medicina, a serpente de bronze e direitos autorais

13.02.2015 | Gerais

Arary da Cruz Tiriba

A caminho do Mar Vermelho, o povo de Israel perdeu a coragem, passando a murmurar contra Deus, contra Moisés: 

Por que tiraste-nos do Egito? Para morrermos no deserto? Onde não há, sequer, pão nem água! Enfastiados, como já nos encontrávamos, deste alimento miserável! 

Então, o Senhor enviou contra o povo serpentes ameaçadoras que picaram e mataram muitos! 

O povo, de novo, a Moisés: 

Erramos, sim, clamamos contra o Senhor, investimos contra ti, mas agora imploramos que rogues ao Senhor que nos livre das víboras! 

Assim fez o Profeta, advogando a manifestação do povo, ouviu do Senhor Sua determinação. 

QUE MOISÉS FIZESSE UMA SERPENTE ARDENTE 

QUE A SUSTENTASSE NO BASTÃO 

AQUELE QUE VIESSE A SER PICADO, ENCARANDO A SERPENTE, SERIA SALVO 

A partir daí, a criatura vitimada estaria salva, observada a recomendação. 

[durante ofício da religião católica, 24º DOMINGO DO TEMPO COMUM, Leitura do livro dos Números: 21, 4-10 e do Evangelho (João 3, 13-17) in BÍBLIA SAGRADA] 

Longe de nós teologizar, porém, despertam-se-nos interrogações sobre a originalidade do nosso símbolo profissional e “assinatura” da imagem… grega, como se atribui? Hebraica? Cristã?

Asklepius, uma deidade a mais da civilização grega politeica e o bastão… Origem helênica?!… Primário em teologia, o autor considera, apenas, reflexões.­ 

O Pai antecipou o método da cura contra o veneno pelo próprio veneno [soros antiofídicos (antibotrópico, anticrotálico, antielapídico, antiescorpiônico, antibotulínico, antidiftérico, antitetânico…). De acordo, Vital Brazil, Mineiro da Campanha? Ou isso é bobagem? Aprova, Friedrich August Johannes Loeffler? 

Pasteur, apenas, póstero… Não se pode afirmar que o químico francês tenha tido informação bíblica, porém, quando idealizou a profilaxia pós-exposição ao vírus da raiva (vírus, à época, considerado veneno), tratou de questão preconizada saecula saeculorum

Ilya Ilyich Mechnikov, possivelmente, teria recebido inspirações celestiais para despontar como pai, minúsculo, da imunologia, à semelhança daquel´Outro, o Incomensurável. 

A propósito, relata o Prof. Antonio Carlos Gomes da Silva, ilustre confrade, Membro Emérito da nossa Academia:

Fatos nos permitem o passeio pela história do conhecimento das doenças e de seus tratamentos, o que nos remete às vizinhanças da civilização cristã, pois Mithridates VI (132-63 a.C.), Rei de Pontus, região hoje pertencente à Turquia, foi o primeiro ser humano a desenvolver tolerância tomando doses de veneno de cobra, regularmente, para não morrer envenenado, como fora o genitor. Porém, uma espada o matou após tentar envenenar-se, quando, derrotado por Pompeu, temeu ser capturado por Roma Acessível em: http://www.paulonassar.com.br/cemanos.html 

Se nos fizemos entender, homens de fé, politeístas e monoteístas, cristãos e hebraicos, gregos e romanos, e historiadores da antiguidade: 

— Caduceu, à mesa para rediscussão! Profilaxia da disputa por direitos autorais! A César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. 

Arary da Cruz Tiriba 

Professor Titular, aposentado, em atuação voluntária (UNIFESP/EPM), Membro Emérito da Academia de Medicina de São Paulo, ocupante da Cadeira 81, Adolpho Lutz