O Asno de Buridan e o Homo sapiens
Trata-se de um asno que morre de inanição, pois, faminto e sedento até não mais poder, chegou a um ponto equidistante entre um monte de feno e um balde de água. Indeciso para que lado ir, o asno morreu indeterminado.
Ora, muitas vezes, há situações humanas reais em que existem dois lados opostos e equipotentes. A diferença entre o Asno de Buridan e o Homo sapiens é que o primeiro não tem o apoio da inteligência — é um imbecil ) in: “negação”; bacillum: “bastão”; imbecillus: “sem apoio”) — e o segundo o tem.
Com o apoio da inteligência, o sapiens escolhe o lado que será sempre o certo, mesmo que tenha escolhido ao acaso, no cara ou coroa.
Sim, até o cara ou coroa é como deve fazer o mateiro para escolher o rumo a tomar e seguir em frente, se estiver completamente perdido, sem bússola, no mato sem cachorro. O que não pode é permanecer parado, tal qual o Asno de Buridan. Assim agindo, se escolher um lado e caminhar sempre em frente, se não sair na cidadezinha que queria, não ficará perdido em círculos próximo do ponto inicial.
Em outras palavras, o Buridan não teve método para lidar com a dúvida e morreu de fome; e o sapiens, ao escolher um caminho e ir em frente, salvou-se.
Guido Arturo Palomba
Diretor Cultural da APM