Alfredo José Mansur
Alfredo José Mansur nasceu em 24 de janeiro de 1952, em Mogi Mirim (SP). É o primogênito dos quatro filhos de Gonçalo Mansur e Antonia Beltrame Mansur. Casou-se, em 3 de fevereiro de 1979, com Letícia Lessa Mansur, fonoaudióloga. Tiveram o filho André Lessa Mansur, nascido em 2 de julho de 1981, engenheiro, casado com Fernanda Spada Villar, engenheira, e pais de dois netos – Gabriel Villar Mansur e Sofia Villar Mansur; e a filha Estela Lessa Mansur, nascida em 1º de dezembro de 1982, advogada, casada com Oscar Crecchi Filho, pais da neta Catarina Mansur Crecchi.
A formação escolar básica deu-se na escola pública da cidade natal, Grupo Escolar Coronel Venâncio e Instituto de Educação Estadual Monsenhor Nora. Graduou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)), em 1975, em São Paulo, capital, na sua 58ª turma. Seguiu-se residência em clínica médica (1976) e cardiologia (1977 a 1978).
Obteve o doutorado em cardiologia na Universidade de São Paulo, em 1987, quando apresentou a tese “Avaliação da Probabilidade de Óbito em Portadores de Endocardite Infecciosa”, estudo clínico de 300 episódios da doença, e de certo modo, compôs uma casuística brasileira numerosa de uma doença grave e rara.
A livre-docência em cardiologia foi obtida em 1996; como parte dos pré-requisitos do concurso apresentou a tese “Evolução Tardia de Portadores de Endocardite Infecciosa”, na qual, 420 pacientes que sofreram a doença e receberam alta hospitalar foram acompanhados por até 16 anos, em experiência até então escassa também na literatura internacional.
Na atividade profissional, concluída a residência médica, Alfredo José Mansur tornou-se médico assistente da Unidade Coronariana do Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas (junho de 1979) e, posteriormente, médico assistente do nascente Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (1982), com regime de trabalho em tempo integral desde então, atuando de início no setor de Valvopatias Cardíacas, tendo como linha principal de pesquisa as endocardites infecciosas. Em 1988, foi designado supervisor do Serviço de Ambulatório do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas e, posteriormente, diretor da Unidade Clínica de Ambulatório Geral, serviço eficiente na extensão de serviços à comunidade, no qual foram realizadas no período de 1998 a 2019, 981.610 consultas médicas, de tal modo a aliar a eficiência e resolutividade assistencial ao ensino e à pesquisa, que compõem os pilares fundamentais de um serviço médico acadêmico. Em abril de 2019, foi designado diretor do corpo clínico do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Na atividade docente, habilitou-se professor colaborador da Faculdade de Medicina da USP a partir de dezembro de 2000. Na graduação contribui com disciplinas optativas para acadêmicos de medicina (propedêutica cardiológica ambulatorial e princípios da prática cardiológica para o não cardiologista). Ministra também aulas da disciplina de cardiologia para acadêmicos de medicina do 1º ao 4º ano de graduação.
Finalizou 19 orientações de iniciação científica de estudantes de medicina. Na pós-graduação finalizou até o momento, 14 orientações de doutorado.
No que diz respeito ao ensino, o Serviço que atualmente dirige, oferece além dos acadêmicos de graduação, o treinamento de médicos residentes do SUS da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo, e treinamento de médicos residentes de medicina legal e do trabalho, medicina esportiva e de residentes em estágios optativos.
Alfredo José Mansur tem atuado também em comissões institucionais no Hospital das Clínicas da FMUSP, entre elas: membro titular da Comissão de Ética do Hospital das Clínicas, de 1996 a 1998; da Comissão de Farmacologia, desde 2001; da Comissão de Avaliação de Projetos de Pesquisa (CAPPesq), o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas, a partir do ano 2000; passou a coordenar o Comitê de Ética a partir de 2014, e foi eleito membro titular do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (Conep), a partir de 2018.
Fez parte da diretoria da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, de 1993 a 1995, como diretor de publicações. Nesse período foi publicado o livro “Cardiologia Socesp” – Segundo Volume (1173 páginas), em coautoria (Dra. Amanda Guerra de Moraes Rego Souza); foi editada, bimestralmente, a Revista da Socesp, em fascículos monotemáticos, além da reunião do trabalho editorial em um “Manual de Redação”, posteriormente reeditado.
Alfredo José Mansur foi editor dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia de 1999 a 2001, e permanece contribuindo com esse periódico como editor da Seção Correlação Anatomoclínica, regularidade reiniciada em 1990. Compõe o Corpo Editorial dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, da Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, e do periódico Autopsy & Case Reports.
Tem, na sua produção escrita, 196 trabalhos publicados em periódicos científicos; 50 artigos publicados na Seção Linguagens, da Revista Diagnóstico e Tratamento da Associação Paulista de Medicina; 182 comunicações em congressos médicos; e 16 capítulos de livros. Atuou como revisor de artigos para 20 periódicos científicos.
É sócio remido da Associação Paulista de Medicina e da Sociedade Brasileira de Cardiologia; sócio efetivo da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e da Associação de Antigos Alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Alfredo José Mansur recebeu o prêmio Bernardino Tranchesi, outorgado pela 2ª Clínica Médica do Hospital das Clínicas da FMUSP (Professor doutor Luiz V. Décourt), em 1972; diploma de Mérito Científico “Professor doutor Euryclides de Jesus Zerbini”, outorgado em pela Sociedade Sul-Mineira de Cardiologia, em 1997; Destaque Científico 2000, outorgado no XXIII Encontro Sul-Mineiro de Cardiologia; medalha Presidente João Teodoro, outorgado pela Câmara Municipal de Mogi Mirim, em 2001; Prêmio ABC de Publicação Científica – Revisor mais atuante dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, em 2013, e, novamente, em 2018.
Como atividades extraprofissionais de aprimoramento cultural, Alfredo José Mansur cultiva interesse na literatura, na música, nas suas variadas vertentes – concertos, óperas e música brasileira –, e nas artes plásticas.
NOTAS:
Biografia e foto foram fornecidas pelo autor.
Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.
Em decorrência das recomendações dos órgãos estatais de saúde pública de não aglomeração por causa da pandemia do cononavírus, a posse ocorreu em reunião virtual, através da Plataforma Zoom.
SUS: Sistema Único de Saúde.
Bernardino Tranchesi ingressou na Sociedade de Medicina e Cirurgia, hoje, Academia de Medicina de São Paulo em 3 de junho de 1949.
Luiz Venere Décourt (1911-2007) ingressou na Academia de Medicina de São Paulo em 19/02/1964, galgando a condição de membro honorário em 2004.
Euryclides de Jesus Zerbini (1912-1993) ingressou como membro titular da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, em 2/12/1941, sendo honrado como patrono da cadeira nº 29 desse honorável sodalício.