Bernardo Ribeiro de Magalhães
Bernardo Ribeiro de Magalhães, mais conhecido por Bernardo de Magalhães, nasceu na cidade de São Paulo, em 20 de julho de 1864, era filho de Custodio Marcellino de Magalhães.
Graduou-se em 12 de janeiro de 1887, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Enquanto acadêmico foi interno do professor Torres Homem , chegando a ser, posteriormente, seu chefe de clínica.
Transferiu-se para a cidade de São Paulo e destacou-se entre seus pares pelo seu talento, inteligência, educação, simpatia e cavalheirismo, além do grande conhecimento de medicina que possuía. Embora não tivesse tirocínio hospitalar, granjeou vasta clientela e tornou-se um dos médicos mais afamados de sua época.
Segundo seu contemporâneo e biógrafo Rubião Meira, Bernardo de Magalhães “era um bom conversador e sabia prender a atenção. Vaidoso, tinha orgulho do que sabia e não gostava de ser contraditado. Era firme em suas opiniões, apresentando-se como figura imponente”.
“Tinha temperamento artístico muito pronunciado. Gostava de música; era excelente crítico; não falhava às boas companhias líricas; criticava, aplaudia e amava também a pintura e a escultura. Era então um encanto ouvi-lo discorrer com segurança. Tinha a inteligência dispersiva e esse foi um mal, pois pouco deixou escrito por onde se pudesse avaliar com segurança de seu merecimento. Mas os de seu tempo, os que dele se aproximaram, tinham a convicção de seu valor e o cercavam com o afeto que sabia inspirar”.
Bernardo de Magalhães gostava de ler e exibia vasta cultura. Tinha dotes de oratória e discursava com facilidade.
Em 1902 foi convidado a ser o primeiro redator-chefe do jornal Gazeta Clínica, periódico fundado por Rubião Meira, João Alves de Lima, Nicolau de Moraes Barros e João Xavier da Silveira.
Assim se referiu Rubião Meira: “Bernardo assumiu o cargo principal, tendo várias vezes escrito sobre assuntos médicos com facilidade e elegância. Mesmo escrevendo ou falando, sentia-se a vibração artística de seu espírito”.
Foi um dos fundadores, em 7 de março de 1895, da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, tendo tido a honra de presidir esse sodalício num mandato anual entre 1900-1901.
Bernardo Magalhães viajou para a Europa e lá permaneceu por mais de um ano, o que fez com que, ao regressar, perdesse boa parte de sua clientela.
Preservou até o fim de seus dias a mesma lisura em suas atitudes expressas pela sua generosidade e competência.
Bernardo Ribeiro de Magalhães faleceu em 19 de junho de 1925, com 61 anos incompletos. Seu nome é honrado numa rua na cidade de São Paulo, no bairro de Tatuapé.
NOTAS:
Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.
João Vicente Torres Homem é o patrono da cadeira nº 70 da Academia de Medicina de São Paulo.
Domingos Rubião Alves Meira foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante meio mandato anual entre 1905-1906 e um mandato anual entre 1911-1912, e é o patrono da cadeira nº 51 desse sodalício.
João Alves de Lima foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante dois mandatos anuais entre 1907-1908 e 1913-1914.
Nicolau de Moraes Barros foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1912-1913, e é o patrono da cadeira nº 17 desse sodalício.
Bernardo Ribeiro de Magalhães teve por pais Custódio Marcellino de Magalhães e Olympia Ribeiro dos Santos de Magalhães. Teve três irmãos dos quais se conhecem os nomes de dois: João Ribeiro de Magalhães e Adelaide Ribeiro de Magalhães. Casou-se com Maria Elyza Moutinho e dessa união nasceram cinco filhos, dos quais se conhecem os nomes de quatro: Cora, Zilda, Edgard e Sergio.
Sua tese de doutoramento na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro intitulou-se “Do Diagnostico Differencial entre as Diversas Espécies de Anemias” (1866, com 62 páginas).