Dario Birolini

Dario Birolini nasceu aos 2 de novembro de 1937, em Fiume, Itália. Durante a década de 1940, movido pelas dificuldades existentes à época em toda a Europa, seu pai emigrou do país. Fez as solicitações de praxe e foram-lhe abertas as portas de três países: Austrália, Brasil e Canadá. Não houve dúvidas e, em outubro de 1951, precisamente no dia 16, a família Birolini chegou ao Brasil. 

Fez o curso colegial no Colégio Nossa Senhora do Carmo e foi aprovado no vestibular para a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 1955, graduando-se em 1961. 

Concluiu especialização em clínica cirúrgica nessa mesma instituição de ensino, em 1963. Aí também se dedicou à carreira universitária, obtendo o título de doutor em clínica cirúrgica com a tese intitulada Peritonite Química Experimental – Aspectos da Composição Corpórea, Plasmática e Muscular, em 1969, tendo como orientador Eurico da Silva Bastos . Galgou a condição de livre-docente com a tese intitulada Mecanismos Extrarrenais de Adaptação à Sobrecarga Aguda de Potássio – Contribuição ao Estudo do Papel dos Hormônios Pancreáticos, em 1976. 

Dentre os cargos que desempenhou salientam-se: assessor de grupo de estudos de atendimento a emergências e catástrofes (1986) e diretor de divisão de enfrentamento às emergências e traumas (1990-1992) do Ministério da Saúde; diretor clínico do Hospital Sírio Libanês (2004); mestre do Capítulo de São Paulo (1985-1986), vice-presidente (1989-1992) e 2o vice-presidente (2006), presidente do comitê de trauma (1992) e consultor da revista (2002-2003) do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. 

Na FMUSP exerceu as seguintes funções: assistente voluntário (1962-1964); médico auxiliar (1964-1967); professor assistente (1967-1978); professor adjunto (1978-1987); professor titular da disciplina de cirurgia do trauma (desde 1987) e vicediretor da faculdade (1994-1998). 

No American College of Surgeons foi diretor do Comitê de Trauma do Capítulo Brasileiro (1987-1990) e governador do Capítulo Brasileiro (1992-1996 e 1996-2000). Foi também presidente do Panamerican Trauma Society nos Estados Unidos da América (USA, 1990-1991) e presidente da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT, 1982-1990). 

Dario Birolini introduziu, no Brasil, na década de 1980, o curso de Suporte Avançado de Vida em Trauma – ATLS. Foi membro do conselho editorial dos seguintes periódicos: Einstein (2005) e Journal of Resuscitation (2003-2005). 

Dentre os títulos, prêmios e comendas recebidos salientam-se: Bombeiro Honorário do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (1986); diploma de Reconhecimento Institucional da Sociedad Panamericana de Trauma em Guaiaquil (Equador, 1996); Iron Feet Award da International Society for Neuroemergencies (1996); menção honrosa pelos relevantes serviços prestados como conselheiro na gestão 1978-1993 do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (1997); Provost’s Distinguished Visiting Professor da University of Southern California, em Los Angeles, (USA, 1998); Atls Meritorious Service Award do American College of Surgeons – Committee on Trauma (1998); comenda da Ordem do Mérito da Educação e Integração da Sociedade Brasileira de Educação e Integração e Sociedade dos Estudos Municipalistas (2000); homenagem da Faculdade de Medicina de Teresópolis (RJ, 2002); homenagem da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica (2002); comendador na Ordem do Mérito Aeronáutica do Hospital da Aeronáutica (2003); Visitante Ilustre da Ciudad de Mar del Plata da Municipalidad de Partido de General Pueyrredón (2004); Congratulations – Translation of the 5th Edition of PHTLS da Tulane University – Norman E. McSwan Jr, MD Professor of Surgery (2004); reconhecimento pelo compromisso com a defesa dos direitos das crianças e adolescentes do Brasil da Fundação Abrinq (2004); agradecimento da Rede Mulher de TV (2004); comendador da Ordem do Mérito Aeronáutico do IV Comando Aéreo Regional (2004); Homenagem do Hospital das Clínicas da FMUSP (2004); Homenagem de salas de aulas com seu nome da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (2005); diploma pela dedicação, ética, competência e liderança da Fundação Faculdade de Medicina – 20 anos (2006); e homenagem da Comissão de Benefícios Sociais aos Servidores da FMUSP (2006). 

Dario Birolini é membro seguintes entidades: Colégio Brasileiro de Cirurgiões (1970, titular e 2005, emérito); American College of Surgeons (fellow, 1971 e 2004); International Guest Scholar da American College of Surgeons (1973); Sociedade Paulista de Terapia Intensiva (1981); Centro de Estudos e Pesquisas – Cepe da Sociedade de Senhoras do Hospital Sírio-Libanês (1981); Sociedade Brasileira para o Atendimento Integrado ao Traumatizado (fundador, 1982); Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib, honorário, 1997); Força Aérea do Hospital da Aeronáutica (honorário, 1999); Sociedad Uruguaya de Emergencia y Trauma (membro honorário, 2002) e professor emérito da FMUSP (2007). 

É autor ou coautor de mais de 300 trabalhos científicos em revistas nacionais e internacionais e escreveu mais de 150 capítulos em livros. Participou de 324 congressos e organizou 28 eventos. 

São de sua lavra os livros: Equilíbrio Ácido-Básico (em coautoria com E. F. Marques, 1a edição, 1969 e 2a edição, 1975); Equilíbrio Ácido-Básico na Prática Clínica (em coautoria com J. Faintuch e Marcel C. C. Machado, 1975); Temas de Terapia Intensiva (em coautoria com Daher E. Cutait e R. G. Bevilacqua, 1977); Critical Maneuvers in Trauma Surgery – A Color Atlas (em coautoria com F. Aun – Berlin, 1982); Normas e Condutas em Cirurgia do Trauma (em coautoria com R. Y. Morimoto e M. R. Oliveira, 1985); Cirurgia do Trauma ( em coautoria com M. R. Oliveira, 1985; e em coatutoria com Renato Sergio Poggetti e Belchor Fontes, 2006); Terapia Intensiva em Enfermagem (em coautoria com F. Aun, R. N. Younes e M. R. Oliveira, 1989); Cirurgia de Emergência (em coautoria com Edivaldo Massazo Utiyama e Eliana Steinman Utiyama, 1993); Cirurgia de Emergência. Com Testes de Autoavaliação (em coautoria com Edivaldo Massazo Utiyama e Eliana Steinman Utiyama, 1996); Suporte Avançado de Vida no Trauma (em coautoria com Renato Sergio Poggetti – Tradução para o português de Advanced Trauma Life Support – Program for Physicians 5a edição, Chicago, American College of Surgeons, 1993 – 5a ed. e 1997 – 6a ed. (São Paulo, 1996 e 1999); Bases Fisiopatológicas da Cirurgia (em coautoria com R. N. Younes, 1999); Atendimento a Desastres. Manual de Treinamento (em coautoria com Renato Sergio Poggetti, 2000); O Ortopedista e o Politraumatizado (em coautoria com J. S. Franco, 2002); Condutas em Cirurgia de Urgência (em coautoria com Milton Steinman; Eliana Steinman e Renato Sergio Poggetti, 2003); Atualização em Medicina Intensiva (em coautoria com H. A. Nakamoto, R. S. Poggetti, D. S. Gomez e M. C. Ferreira, 2004); Suporte de Vida no Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado (em coautoria com R. S. Poggetti e F. C. F. Novo, 2004); Entendendo as Doenças – Manual de Medicina para Leigos (2004); Atualização Terapêutica – Manual Prático de Diagnóstico e Tratamento (2005); Suporte Avançado de Vida no Trauma (2005) e Centro e Trauma (2006). 

Dario Birolini participou de diversas bancas examinadoras, sendo nove de dissertação de mestrado; 45 de doutorado; seis de professor titular; duas de concurso público e duas de livre-docência. Foi orientador de 16 teses de doutorado e três dissertações de mestrado. 

Casou-se com Marilda, em 4 de janeiro de 1964, e desse conúbio nasceram quatro filhos: Fábio Luís (engenheiro), Claudio Augusto (médico), Paulo Eduardo (artista plástico) e Luís Felipe (advogado). 

Dario Birolini refere ser aprendiz e apreciador de pintura. O impressionismo o encanta e o surrealismo o surpreende. Não consegue entender a pintura moderna. Já praticou tênis e equitação, mas o que o empolgou posteriormente foram os esportes aquáticos e o mar. 

NOTAS:

Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Eurico da Silva Bastos foi presidente da Academia de Medicina de São Paulo durante um mandato anual entre 1959-1960.