PortugueseEnglishSpanish
Biografia

Irany Novah de Moraes

Irany Novah de Moraes nasceu aos 9 de agosto de 1926, na cidade de Bauru (SP). Seu pai era professor e pastor da igreja presbiteriana e, sua mãe, professora. Veio estudar em São Paulo, onde residiu com os avôs. 

Após o curso secundário, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), graduando-se em 1952, tornando-se muito bem relacionado com seus colegas de turma, Antonio Spina França Netto e Odon Ramos Maranhão , e Luiz Celso Mattosinho França, três turmas depois.  

Irany Novah de Moraes era sobrinho do dr. Gerson Novah, assistente do professor Renato Locchi , catedrático de anatomia. Enquanto acadêmico foi monitor dessa disciplina, o que lhe desenvolveu espírito científico e vocação cirúrgica. 

Defendeu tese de doutorado na cadeira de anatomia, ainda sob a regência do professor Renato Locchi. Tornou-se cirurgião na clínica do professor Alípio Corrêa Netto e médico legista do estado de São Paulo. 

Irany Novah de Moraes fez várias viagens ao exterior. Foi bolsista pelo governo francês; pela Capes, nos Estados Unidos da América; e pela Fundação Von Humboldt, na Alemanha. Especializou-se em cirurgia vascular na Universidade de Strasbourg, na França, levando-o ao concurso de livre-docência de cirurgia e à posição de professor associado de clínica cirúrgica na FMUSP. 

Exerceu a cirurgia nos grandes hospitais de São Paulo, tendo realizado o primeiro transplante renal no Hospital da Beneficência Portuguesa. 

Fundou, em 1965, com os médicos e professores Joamel Bruno de Mello e Pedro Nahas , a empresa de assistência médica Amesp Saúde, que em poucos anos se tornou uma das cinco maiores do estado, contando inclusive com dois grandes hospitais. A Amesp Saúde foi vendida em maio de 2007 para a Medial Saúde. 

Dentre os cargos exercidos por Irany Novah de Moraes salientam-se: presidente da Academia de Medicina de São Paulo (1983-1984, honorário); organizador do curso de formação de médicos generalistas na parceria entre a Academia de Medicina de São Paulo e a Abramge – Associação Brasileira de Medicina de Grupo –, ministrado em seis anos sucessivos, sendo diretor científico da Abramge o professor Joamel Bruno de Mello; presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina (1994-1996); professor titular de cirurgia vascular da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro; professor titular de metodização da pesquisa científica da Escola de Educação Física da USP; professor associado de cirurgia vascular da Faculdade de Medicina da USP; chefe do laboratório de investigação clínica em cirurgia vascular do Hospital das Clínicas da USP; coordenador do curso de pós-graduação em medicina do Hospital Jaraguá, em São Paulo, durante seis anos; e, desde 1981, atuou como membro do Conselho de Economia, Sociologia e Política da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Sesc e Senac . 

A trajetória do professor Irany Novah de Moraes na Academia de Medicina de São Paulo teve início quando de sua admissão, em 1966, na gestão do professor Durval Rosa Borges. Na gestão do professor Nairo França Trench 1961-1962, foi extinto o cargo de vice-presidente, substituído por presidente-eleito, a exemplo do Colégio Americano de Cirurgiões. A partir de então, nas 17 diretorias seguintes, houve 44 cargos de diretoria da Academia de Medicina de São Paulo ocupados por diretores da Amesp, e por número desconhecido de médicos acadêmicos credenciados dessa firma. O professor Irany foi presidente na gestão 1983-1984; sua filha, a professora Marisa Campos Moraes Amato na gestão 1997-1998; seu genro, o acadêmico Salvador José de Toledo Arruda Amato, na gestão de 2001-2002, apenas interrompendo-se o ciclo por ocasião da revisão estatutária promovida na gestão do acadêmico Guido Arturo Palomba (2003-2004), quando foi extinto o cargo de presidente eleito, retornando-se para a figura do vice-presidente. 

Dentre as comendas recebidas por Irany Novah de Moraes salientam-se: medalha cultural “Oscar Freire”, conferida pela Sociedade de Medicina Legal e Criminologia de São Paulo e pela Sociedade Paulista de História da Medicina; e medalha de mérito “Angiológico Renè Fontaine” no grau de mestre, conferida pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. 

Escritor prolífico, foi colaborador do Jornal O Estado de S. Paulo e editor da Revista Carisma – Formação do Médico e da Revista Cultura e Saúde, tendo publicado em jornais e revistas nacionais e estrangeiras aproximadamente 400 artigos. 

Irany Novah de Moraes publicou também 29 livros em 35 edições. Dentre essas obras salientam-se: Propedêutica Vascular (1988); Enciclopédia de Cirurgia Vascular (1988); Perfil Forense da Medicina (1990); O Especialista e o Clínico Geral (1997); Sexologia – Sexo, Sexualidade e Sexualismo (1998); Erro Médico e a Justiça (2003); Longevidade – Viver Mais e Melhor (2004); Conforto da Automedicação – Importância e Perigos (2004); Metodologia da Pesquisa Científica (2007); Formação do Médico e Elaboração da Pesquisa Científica. 

Irany Novah de Moraes foi galardoado com o Prêmio Jabuti de melhor livro de Ciências Naturais e Medicina, em 1993. 

Nas palavras de sua filha, a professora Marisa Campos de Moraes Amato, o professor Irany foi “um homem carismático, tinha personalidade marcante, típica de pessoas que assumem uma postura na vida e demonstram claramente suas ideias, objetivos e sentimentos. Muitas vezes decepcionou-se com a natureza humana, mas nunca deixou de acreditar nela, sempre com a esperança de que a humanidade conseguisse se aprimorar. Ensinou e lutou pelos valores morais e éticos.” 

Irany Novah Moraes trabalhou até o fim de seus dias. Faleceu no dia 1o de agosto de 2007, aos 81 anos. Em homenagem à data de seu aniversário, sua família realizou no dia 9 seguinte, uma cerimônia ecumênica na Igreja Nossa Senhora do Brasil. 

NOTAS:

Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Esta biografia é uma autoria do Acad. titular e emérito da cadeira no 4 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é Mário Rubens Guimarães Montenegro. Presidiu esse sodalício num mandato bienal entre 1999-2000.

Antonio Spina França Netto presidiu a Academia de Medicina de São Paulo durante um mandato bienal entre 1977-1978. Foi o primeiro ocupante da cadeira no 54, cujo patrono é Enjolras Vampré. 

Odon Ramos Maranhão presidiu a Academia de Medicina de São Paulo durante um mandato bienal entre 1985-1986. 

Renato Locchi é o patrono da cadeira no 42 da Academia de Medicina de São Paulo. 

Alípio Corrêa Netto foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1947-1948, e é o patrono da cadeira nº12 desse silogeu. 

Joamel Bruno de Mello foi presidente da Academia de Medicina de São Paulo durante um mandato bienal entre 1975-1976. 

Pedro Nahas foi presidente da Academia de Medicina de São Paulo durante um mandato bienal entre 1979-1980. 

Serviço Social do Comércio. 

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. 

Durval Sarmento Rosa Borges foi presidente da Academia de Medicina de São Paulo durante um mandato anual entre 1966-1967, e é o patrono da cadeira nº 8 desse sodalício. 1

Marisa Campos Moraes Amato é membro honorário da Academia de Medicina de São Paulo. 

Salvador José de Toledo Arruda Amato é membro honorário da Academia de Medicina de São Paulo. 

Guido Arturo Palomba presidiu a Academia de Medicina de São Paulo durante dois mandatos bienais entre 2003-2004 e 2007-2008. É o primeiro ocupante da cadeira nº 1 e membro emérito desse sodalício.