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Biografia

Luiz Fernando Pinheiro Franco

A origem da família Pinheiro Franco pertence a Mogi da Cruzes, cidade descoberta há mais de 500 anos, que foi sede da fazenda de Braz Cubas e acolheu diversos Bandeirantes: os Cardoso de Almeida, os Cunha Gago, os Prado, os Dias Mendes, os Ferraz de Araujo entre outros, e ainda Salvador Leite Ferraz, trisavô do pai de Luiz Fernando que participou do momento histórico “O GRITO DO IPIRANGA”.

Nisso tudo se amalgamava a Família Pinheiro Franco de 400 anos.

Luiz Fernando, vindo dessa família de paulistas a que se referiu Theodore Lacordaire, em artigo intitulado “O Ouro dos Pinheiros”, publicado na Revue des Deux Mondes: “Les moeurs de cette race de fer, son courage indomptable, sa haine por toute espèce de joug, ses courses gigantesques dans l´intérieur du pays, ont fait de son histoire um épisode à part dans celle du Brésil”.

Veio Luiz Fernando de tradicional família de juristas sendo seu pai Nelson Pinheiro Franco, que foi eleito e reeleito presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, orador primoroso dando aulas na Universidade de Sorbonne em Paris, em 1994. Sua mãe, Maria Apparecida de Faria Lemos, emérita educadora, veio de família tradicional de Pernambuco e Rio de Janeiro, os Faria Lemos. De família fidalga, dispondo de poder imenso, Francisco de Faria Lemos exerceu funções eminentes entre as quais as de presidente das Províncias de Pernambuco, seu estado natal; Ceará, Rio Grande do Sul (1887) e Minas Gerais, sendo elevado a ministro do Supremo Tribunal Federal. Nada deixou de bens materiais senão o exemplo de vida pura. Por outro lado os novos PINHEIRO FRANCO tem sangue caboclo, português, hebreu, espanhol, italiano, francês, árabe, japonês, provindos de todos os quadrantes do orbe, que formam a comunidade PINHEIRO FRANCO de hoje, indissolúvel e monolítica.

Esta é uma das razões que seus filhos João Luiz, neurocirurgião, hoje francobrasileiro, casado com a francesa Aude Koebele de Strasbourg; Suzana, cantora belt soprano, formada no Berkelee College of Music de Boston, hoje, germano-brasileira casada com o oficial federal alemão Sven Peter de Freiburg; e Luiz Olimpio, artista plástico, ganhador entre outros notáveis prêmios da medalha de ouro da Bienal de
Roma, e casado com Raquel, da família italiana Ramazzini de Ribeirão Preto, tornaram sua família um exemplo do maravilhoso aspecto multirracial e cultural do povo brasileiro, exemplo para o mundo.

Os dados obtidos na Edição Comemorativa do Centenário do INSTITUTO GENEALÓGICO BRASILEIRO, edição de 1991, realçam também que Galdino Pinheiro Franco, avô do acadêmico Luiz Fernando, veio da linhagem de Salvador Leite Ferraz, Antônio Ferraz de Araujo e Maria Pires, sendo esta filha de Bartolomeu Bueno, o ANHANGUERA. Assim, Galdino Pinheiro Franco, avô do acadêmico Luiz Fernando, é descendente em linha reta de Bartolomeu Bueno, o Anhanguera.

A mãe do acadêmico Luiz Fernando, Maria Apparecida, se destacou em obras sociais e espírito religioso, fundando com outras abnegadas um orfanato em Taubaté, o Lar Irmã Amália Aguirre, que hoje atende centenas de órfãos.

Luiz Fernando, nascido em 2 de outubro de 1945, foi cursar com destaque a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, onde se tornou aluno dileto de seu patrono, o professor Oswaldo Freitas Julião – considerado um dos maiores neurologistas brasileiros – e do qual bebericou a chama do saber de seu vasto e monumental conhecimento. Admirando com veneração a sabedoria do mestre magnífico, fez então dele o guia para sua vida médica.

Interessado na neurocirurgia, iniciou seus estudos com o professor Gilberto Machado de Almeida, com o qual aprendeu a difícil arte no tratamento cirúrgico do tecido nervoso, tendo o privilégio de conviver com aquele que foi, sem dúvida, um dos mais rigorosos e talentosos neurocirurgiões, reconhecido não só no Brasil como também no exterior.

Mestre e doutor em neurocirurgia pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Luiz Fernando Pinheiro Franco estudou em suas teses os assuntos abaixo citados: Mestrado em neurocirurgia com apresentação e defesa de tese, tendo como tema: Gliomas do Nervo Óptico, aprovada por parecer final da comissão julgadora e homologada pela comissão de pós-graduação. Esta tese foi pioneira no tratamento de tumores do ápice orbitário, local até então de difícil acesso só sendo possível por via intracraniana.

Doutorado em neurocirurgia com apresentação e defesa de tese, tendo como tema: Avaliação da Infiltração Perirradicular no Tratamento da Lombociatalgia Persistente após Tratamento Cirúrgico, aprovada por banca examinadora com nota máxima. Este trabalho foi também o marco inicial para o tratamento não cirúrgico das doenças compressivas das raízes nervosas, com repercussão internacional, sendo a contribuição brasileira para protocolo internacional nessa matéria.

Luiz Fernando Pinheiro Franco foi professor tutor da Universidade de Berlim e, anteriormente, teve bolsa obtida por concurso para a mesma universidade, sendo pago com bolsa do Senado Alemão para o curso na Universitäts Klinikum Steglitz der Freien Universität Berlin – Moderne Methoden in der Neurochirurgie.
Foi visitante pós-graduado das Universidades de Londres, Johns’ Hopkins, New York e Moscou, sendo também special guest professor da Universidade de Saint Louis.

Quando presidente do Departamento de Neurocirurgia da Associação Paulista de Medicina por uma década, realizou, durante muitos anos, cursos de reciclagem para os neurocirurgiões do estado de São Paulo, tendo também formado, na ocasião de seu Serviço de Residência em Neurocirurgia, cerca de duas dezenas de neurocirurgiões que hoje brilham por todo Brasil.

Foi membro do conselho International Parliament for Safety and Peace e homenageado com a medalha e colar de ouro “Sergio Vieira de Mello”, Pacificador da ONU.

No período em que foi professor titular de neurocirurgia da Universidade de Santo Amaro – Unisa, atraiu professores estrangeiros como o professor Salomão Segall de New York, que ministrou aulas na universidade.

Luiz Fernando Pinheiro Franco foi presidente e é membro emérito da Academia de Medicina de São Paulo.


Como presidente do Capítulo de São Paulo da Academia Brasileira de Neurocirurgia; membro do Conselho Deliberativo da Academia Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, sempre lutou pela qualificação médica, tendo fundado juntamente com os presidentes do Conselho Regional de Medicina, Associação Paulista de Medicina e Sindicato dos Médicos de São Paulo a “Federação das Entidades Médicas”, entidade empenhada na melhoria das condições dos médicos e dos pacientes. Atuou com ardor na área associativa, sendo seu artigo “Podem as Condutas Médicas Serem Restritas pelo Sistema de Auditoria dos Planos de Saúde?” publicado com destaque em várias revistas médicas e jurídicas.

Também é titular da Academia de Letras de Campos do Jordão desde 2006, na cadeira número 16, tendo como patrono Sergio Milliet da Costa e Silva, que foi dos maiores críticos de artes literárias e plásticas de São Paulo e do Brasil; vislumbrou o liame na prática da cura do corpo e da alma, pondo em prática, em sua vida, o conhecimento adquirido com seus mestres na medicina e com a alma dos poetas nas letras. Isso aplicado ao doente sempre amenizou seu sofrimento.

Curiosamente nas duas academias, as cadeiras ocupadas têm o mesmo número – 16. No seu discurso de posse na Academia de Letras de Campos do Jordão, Lygia Fagundes Telles manifestou que três coisas estão em extinção no Brasil: o índio, as árvores e o escritor. O acadêmico da Academia de Medicina, na visão do acadêmico Luiz Fernando, não permite a “extinção do escritor”, pois este na área médica “Redige”, na sua terapêutica e em seus ensinamentos, mesmo de forma virtual, salvando vidas e dignificando a vida humana. Como partícipe de duas academias o acadêmico Luiz Fernando observou o liame entre ambas, ou seja: a área médica cuida do sofrimento do corpo e da alma, e exatamente nesse ponto há o entrelaçamento com a Academia de Letras, que com seus escritos cantam o corpo e a alma, expressando a arte dentro da medicina, na sua faceta mais alegre com a cura, e a mais triste com a morte.

A jornalista fundadora do suplemento de turismo do jornal O Estado de S. Paulo, Clycie Mendes Carneiro, tia da acadêmica dra. Maria de Lourdes Mendes Carneiro Pinheiro Franco, esposa do acadêmico Luiz Fernando, é tetraneta do fundador de Campos do Jordão, Matheus da Costa Pinto, e filha do procurador e poeta já falecido dr. João Mendes Carneiro, sempre revelou profundo conhecimento das peculiaridades da área comum entre as Academias de Medicina e de Letras. Dra Maria de Lourdes Pinheiro Franco, esposa de Luiz Fernando e duplamente acadêmica, também tem essa percepção de Luiz Fernando, ou seja, o acadêmico não morre, vive para sempre, pois seus feitos sobrevivem.

Luiz Fernando sempre entendeu que o acadêmico é um homem como os outros, mas lidando dia a dia na medicina com o SER HUMANO, e no contato com seus pares acadêmicos impregna-se do influxo de sua eticidade. A convivência diuturna com as doenças e as paixões d’alma, tornam-os desprendidos dos bens materiais e ambições rasteiras, ensejando-lhes vislumbrar no emaranhado e tumulto da Vida, segundo as forças de seu talento, condição fundamental para SER ACADÊMICO, as linhas sóbrias da responsabilidade e do justo para si, para os ideais acadêmicos e para o enfermo.

Como observaram no texto há uma história de um acadêmico e de onde veio. A gloriosa ACADEMIA DE MEDICINA DE SÃO PAULO serve de fonte para as notáveis histórias dos afortunados confrades desse sodalício, que passam para a eternidade, mostrando quão honroso é ser integrante da centenária Academia de Medicina de São Paulo. Aproveitando o texto de Cecília Meirelles, “Escolha o Seu
Sonho”, 8a edição, repito que, no desdobramento da árvore genealógica, tanto nos aspectos gerais como da vida dos acadêmicos, vemos as lições que nos tornaram comunicáveis com tantas outras vidas, e como, de ramo em ramo, estamos aparentados nessa infinita floresta que interminavelmente cresce desde o princípio do mundo, deixando o melhor exemplo que pudermos para as futuras gerações.

NOTAS:

Biografia e foto foram fornecidas pelo autor.

Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Instituto Genealógico Brasileiro – Tito Lívio Ferreira, História de São Paulo, 2º volume, página 166.

Tome Deuxième, pg 335, ano 1835.

ONU: Organização das Nações Unidas.

Ingressou nesse sodalício, em 1º de junho de 1990, e o presidiu num mandato bienal entre 2005-2006.

Maria de Lourdes Mendes Carneiro Pinheiro Franco é membro titular da cadeira nº 98 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é Walter Edgard Maffei.

Luiz Fernando Pinheiro Franco graduou-se na terceira turma da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp em 1971.