Lydia Masako Ferreira

Lydia Masako Ferreira nasceu em São Paulo, capital, aos 24 de março de 1952. É filha de Masaru Kobuti e Tsuyuko Omura Kobuti. Foi casada com Antonio Carlos Ferreira, médico falecido em 1997, e tem dois filhos: Luiz Roberto Kobuti Ferreira, psiquiatra, e Fernando Kobuti Ferreira, administrador, e tem um neto, Viktor Kobuti Ferreira. 

De família cristã, seu olhar otimista e de fé tem acompanhado sua trajetória, assim como a música. Formou-se em piano aos 16 anos e, a seguir, um ano de virtuose, o que lhe deu a oportunidade de percepção da sensibilidade das pessoas que lhe rodeiam. 

Como mulher na área da medicina, na década de 1970, ela era minoria e, na área da cirurgia e depois na cirurgia plástica, era mais raro ainda. Graduou-se na Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes (1976) e realizou a especialização em cirurgia geral (1978) e, posteriormente, em cirurgia plástica (1981) na Escola Paulista de Medicina (EPM), atual Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

Ao terminar os três anos da especialização em cirurgia plástica (1981) foi convidada a pertencer à primeira turma de alunos do Programa de Pós-graduação (PPG) em Ortopedia e Cirurgia Plástica da EPM. Assim, iniciou a PPG juntamente com a clínica privada. 

Em 1985 finalizou o doutorado no PPG em ortopedia e cirurgia plástica da EPM e, em 1986, foi aprovada em concurso público para médico da disciplina de cirurgia plástica da EPM. 

Foi selecionada entre os concorrentes do mundo todo e ganhou o Plastic Surgery Education Award em 1990 (era a primeira vez que um latino-americano havia ganho esse prêmio), o que oportunizou visitar e participar de projetos em alguns serviços de cirurgia plástica nos Estados Unidos da América (EUA), além de participar do Congresso Americano e cursos nos anos de 1991 e 1992. 

Realizou o pós-doutorado como bolsista do CNPq , na University of California, San Francisco, em 1991 e 1992. 

Ao retornar dos Estados Unidos da América, em 1993, concorreu à bolsa produtividade CNPq e se tornou bolsista pesquisadora CNPq e, no ano seguinte, enfrentou o que era considerado o maior desafio da vida acadêmica, o concurso para a livredocência na Unifesp, em 1994. 

Um ano após a livre-docência (1995), o professor titular da disciplina de cirurgia plástica da Unifesp – EPM teve a sua aposentadoria compulsória. Lydia Masako Ferreira foi convidada e votada por unanimidade a ser a regente da disciplina até a abertura do concurso para professor titular. 

Em 1996 concorreu e foi aprovada como professora titular da disciplina de cirurgia plástica da Unifesp – EPM. 

Ser a primeira mulher professora titular concursada de uma especialidade cirúrgica da América Latina foi uma responsabilidade enorme, em especial, ela ainda muito jovem (aos 44 anos). 

Nessa época, a disciplina de cirurgia plástica da EPM que era pequena, com poucos docentes, se transformou num dos maiores serviços, mais completos e expressivos da especialidade, desde 2000. 

Lydia Masako Ferreira foi visiting professor no Shriners Institute, na Harvard Medical School, em Boston (1999), e na University of North Caroline (2001), nos EUA. 

Ao assumir a cadeira de cirurgia plástica em 1996, recebeu a notícia que o PPG em cirurgia plástica da EPM seria encerrado pela baixa classificação da mesma. Com horizonte maior, solicitou um prazo justificando que o programa era o único da especialidade no país, na formação de mestres e doutores da área, e por esse motivo, imprescindível para o avanço da especialidade. Dois anos após, ela já havia melhorado a classificação do programa para conceito Muito Bom (nota 5 da Capes ) e ela foi convidada a ser consultora da Capes, agência federal responsável pelos PPG e por suas avaliações. No triênio seguinte, o PPG em Cirurgia Plástica obtive o conceito Internacional (nota 6 da Capes), mantendo-se nessa classificação até os dias atuais. 

Lydia Masako Ferreira foi Coordenadora do PPG em Cirurgia Translacional da Unifesp, no período de 1996 a 2009 e 2018 a 2021. 

Permaneceu como consultora da Capes desde 1998 e, posteriormente, foi eleita como coordenadora adjunta da medicina III, de 2005 a 2011 e, posteriormente, como coordenadora da medicina III da Capes, de 2011 a 2014 e 2015 a 2018. 

Nesse período atuou também como membro da Comissão de Avaliação da Abertura de Cursos Médicos, Sesu , no Ministério de Educação e Cultura (MEC), em 2006 e 2007. 

Lydia Masako Ferreira é membro da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do Conselho Federal de Medicina (CFM), desde 2007 até dias atuais, e, atualmente, é também membro da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, desde 2021 até dias atuais.

A participação junto a agência de fomento federal CNPq foi iniciada em 2012 como coordenadora do Comitê Assessor da Medicina até 2014, como membro deste Comitê no período de 2016 a 2019, e se manteve como consultora (que já era desde 1993) até dias atuais. 

Em 2008 assumiu outra atividade administrativa além da cirurgia plástica, a chefia do Departamento de Cirurgia da Unifesp – EPM, cujo desafio foi muito além da especialidade, pois em toda a história da EPM, desde 1933, nunca uma mulher havia ocupado esse cargo na cirurgia.

No ano seguinte, em 2009, tornou realidade um sonho que foi criar a Unidade de Tratamento de Queimaduras (UTQ) da Unifesp – EPM com verba exclusiva de empresas privadas. E, em seguida criou a primeira Residência Médica em Queimaduras da América Latina, nesta UTQ da Unifesp. 

Com chave de ouro, os ex-alunos criaram a Associação do Ex-Alunos da Professora Lydia Masako Ferreira (Associação Scientiam Alumni – Aexly) no dia 31 de maio de 2012, para abrir um horizonte maior de ciência e amizade. 

Lydia Masako Ferreira foi presidente da Fundação de Apoio da Unifesp (FAPUnifesp) em 2013. Criou o mestrado profissional em ciência, tecnologia e gestão em regeneração tissular da Unifesp, em 2014. 

Dentre outras funções salientam-se: é editora associada internacional do Corpo Editorial do Body Image e do Plastic Reconstructive Surgery Global Open; editora da Área de Cirurgia Plástica da revista CLINICS Impact Factor: 2,7, desde 2010, e revisora de várias revistas, tais como: Plastic and Reconstructive Surgery, Stem Cells Translational Medicine, International Immunopharmacology, American Journal of Clinical Nutrition, Revista Brasileira de Pesquisa Biológica, Revista Brasileira de Queimaduras, Acta Cirúrgica Brasileira, Revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, por mais de 20 anos até o presente. 

Possui 819 artigos completos publicados; 17 patentes; 28 livros publicados e 306 capítulos de livros. Orientou 94 alunos IC5 ; 119 mestrandos e 58 doutorandos; orientou e supervisionou 17 pós-doutorados e mais de 250 residentes em cirurgia plástica. 

Recebeu 176 homenagens e prêmios nacionais e 11 internacionais e, entre estes, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela UNIVAS, em 2010; Doutor Honoris Causa da Universidade Simón Bolívar, na Colômbia, em 2013, e título de Cidadã Honorária de Teresina, Piauí, em 2021. 

Seu fator “h” é 60 pelo Google Acadêmico, índice i10 de 425, e seu “H-index” pela Scopus é 35. 

Em suas atividades societárias, desde a sua formação na especialidade, têm tido cargos diversos em comissões e departamentos na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) até os dias atuais. Nos últimos seis anos, foi diretora do Departamento de Eventos, nos anos de 2016 e 2017; coordenadora da Comissão de Prêmios, em 2018 e 2019, e coordenadora do Programa de Ensino a Distância (PED), em 2020. 

Recentemente, Lydia Masako Ferreira foi eleita presidente da SBCP, ocupando esse cargo de 01/2022 a 12/202

NOTAS: 

A biografia e a foto foram fornecidas pela autora. 

Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Em decorrência das recomendações dos órgãos estatais de saúde pública de não aglomeração por causa da pandemia do cononavírus, a posse ocorreu em reunião virtual, através da Plataforma Zoom. 

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 

Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. 

Sesu – Secretaria de Educação Superior.

 IC – Iniciação Científica.