PortugueseEnglishSpanish
Biografia

Mário Santoro Júnior

Mário Santoro Júnior, paulistano, nasceu em 18 de junho de 1943. É filho Mário Santoro, economista e professor (falecido), e de Julieta Bononi Santoro. Casado com Carmen Lucia de Freitas Santoro (médica), têm quatro filhos: Marcelo (publicitário), Dalton (médico), Luciano (advogado) e Marianna (arquiteta), e cinco netos: Laís, Letícia, Maria Vitoria, Bruno e Raphael. 

Estudou no Liceu Marechal Deodoro e no Colégio Piratininga, ambos em São Paulo. Graduou-se pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho (1963 a 1968). 

Realizou lato sensu em pediatria, em 1970, nos Hospitais da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. É especialista em pediatria mediante concurso promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em 1971, com reconhecimento pelo Conselho Federal de Medicina, em 1983. Foi aprovado por proficiência para o título de especialista em pediatria com área de atuação em adolescência, em 1998, na sede da SBP. 

Em stricto sensu é doutor em medicina, na área de concentração em pediatria, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Defendeu a tese Avaliação dos Conhecimentos dos Médicos Residentes para o Atendimento de Crianças e Adolescentes Vitimizados, aprovada com distinção, em 1999, pela banca constituída pelos professores doutores Antônio de Pádua Campana, Affonso Renato Meira , Luiza A. S. Mascaretti, Flávio Adolfo Costa Vaz e Claudio Leone. 

Mário Santoro Júnior fez especializações em administração no curso de administração hospitalar e sistemas de saúde / Proahsa – Fundação Getúlio Vargas – Hospital das Clínicas de São Paulo, em 1982; curso Master Business Administration em gestão de serviços de saúde – parceria entre Wharton School of the University of Pensylvania e a Fundação Armando Álvares Penteado (2003-2005). 

Em toda sua vida profissional dedicou-se ao ensino médico. Começou trabalhando no Hospital dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo, onde atuou como preceptor de residentes. A seguir, nos serviços da prefeitura do município de São Paulo, iniciando pelo Posto de Saúde do Alto da Vila Maria e depois nos Hospitais Maternidade Escola da Vila Nova Cachoeirinha e Menino Jesus. Posteriormente trabalhou no Hospital Infantil Cândido Fontoura, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde. Na Maternidade Escola da Vila Nova Cachoeirinha, que veio se tornar referência internacional, participou do início do desenvolvimento da neonatologia. É dessa época a instalação da UTI4 neonatal e dos programas de alojamento conjunto. 

Mantém, desde o início da sua carreira até a presente data, intensa atividade clínica. Dirigiu diversos hospitais, sendo superintendente estadual da Fundação de Seguridade Social e presidente da Unimed Paulistana – Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico – operadora de saúde suplementar que está entre as cinco maiores do País. No governo estadual de Orestes Quércia foi convidado pela secretária Alda Marco Antônio para trabalhar na Secretaria do Menor, ajudando a fundar a Rede Criança, um programa de prevenção e tratamento de crianças vítimas de maus-tratos e de abuso sexual, tema esse que divulgou intensamente, principalmente nos meios científicos, tornando um assunto prioritário para a pediatria. Também, em função desse trabalho, passou a se dedicar ao estudo da vitimização, tendo produzido artigos científicos, uma tese de doutorado e ministrado aulas e palestras. Com satisfação vê hoje um grande número de profissionais dedicados a este tema. 

Mário Santoro Júnior começou sua vida associativa nos anos de 1970, na Sociedade de Pediatria de São Paulo, onde ocupou vários cargos e atingiu a presidência no biênio 1992-1993. Nessa época introduziu algumas linhas de condutas muito bem aceitas pelos pediatras, como por exemplo – na educação continuada – o Projeto Infância. Desenvolveu um trabalho em defesa dos direitos da criança e do adolescente, liderando, juntamente com a professora dra. Conceição Aparecida de Mattos Segre , um movimento pela presença do pediatra na sala de parto, fato reconhecido como uma obrigatoriedade pelo Ministério da Saúde na gestão do ministro dr. Jamil Haddad, além de desenvolver diversas ações para capacitar o pediatra nesse atendimento. Em 1994 foi eleito presidente da SBP e, como principal ação administrativa, iniciou a descentralização da presidência, trazendo o gabinete para o seu estado, fato que foi depois seguido pelos seus sucedâneos. Estimulou temas definidos como Nova Morbidez Pediátrica: Criança de Rua, Prostituição Infantil, Drogas, Novas Formas de Família, Vítimas de Maus-Tratos, Gravidez na Adolescência, Criança Trabalhadora e Mendicância. Sucedendo o professor Antonio Marcio Lisboa no final da década de 1980, na presidência do Comitê de Direitos da Criança e do Adolescente, atuou na luta nacional para incluir o artigo 227 na nossa Constituição. Tal ação originou a lei no 8.069/1990 e foi chamada de Estatuto da Criança e do Adolescente, colaborando na divulgação dessa lei para os pediatras em todo o território nacional. Ainda, para facilitar a participação da mulher pediatra nos cursos de atualização, baseando-se na experiência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Sociedade Argentina de Pediatria, instituiu o Pronap – Programa Nacional de Atualização Pediátrica, um curso de atualização em educação continuada a distância. É do seu mandato a ideia da criação das cooperativas de pediatras e a sugestão de se instituir um grupo pensante que pudesse preservar a história, a memória e a linha filosófica da SBP. Inicialmente pensada e hoje denominada como Academia Brasileira de Pediatria, surgiu na gestão seguinte como Conselho Acadêmico. Criou o Comitê de Bioética, depois denominado Departamento de Bioética, sendo a SBP uma das primeiras entidades médicas a fazê-lo e, em seu mandato, os comitês se departamentalizaram. Iniciou os estudos para a criação do projeto do selo da SBP, que atende a uma exigência dos direitos da criança em ter produtos e serviços recomendados. 

No Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo foi convidado pela professora dra. Regina Parise de Carvalho para assumir o cargo de delegado, função que ocupa atualmente. 

Mário Santoro Júnior é autor de vários capítulos em livros científicos e dos livros Dicas do Pediatra para Cuidados com os Bebês de 0 a 2 Anos (1994) e Pediatria: Diretrizes Básicas e Organização de Serviços (2001, em coautoria com Conceição A. M. Segre). Tem artigos publicados em revistas científicas e para o público em geral. 

Ministrou mais de 150 palestras e conferências em todo território nacional, participando da coordenação de vários destes eventos. 

Pediatra há 39 anos, dedicou-se à assistência, ao ensino e sensibilizou a comunidade médica para assuntos na área de pediatria social, particularmente na questão dos direitos da criança e da vitimização infantil. Obteve o reconhecimento da necessidade do pediatra na sala de parto e é de sua autoria a ideia de criar a Academia Brasileira de Pediatria. 

Em 2001 foi eleito membro da Academia Brasileira de Pediatria onde ocupa a cadeira nº 28. 

Em 2011 foi eleito membro da Academia de Medicina de São Paulo. 

NOTAS: 

Biografia e foto foram fornecidas pelo autor.

Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Affonso Renato Meira é membro titular e emérito da cadeira nº 5 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é Alfonso Splendore. Presidiu esse sodalício no biênio 2011-2012. 

Proahsa: Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 

UTI: Unidade de Tratamento Intensivo ou Unidade de Terapia Intensiva.  

Conceição Aparecida de Mattos Segre é membro titular e emérito da cadeira nº 28 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é Nemésio Bailão.