Oscar Cintra Gordinho
Oscar Cintra Gordinho, mais conhecido por Oscar Gordinho, nasceu aos 10 de julho de 1889. Concluiu o curso secundário em 1906, no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo. Em 1907 partiu para a Europa a fim de estudar na Universidade de Genebra, onde se graduou em medicina. Após a sua formatura clinicou em hospitais de Paris, regressando ao Brasil em 1914.
Foi o primeiro que necessitou revalidar seu diploma para exercer a profissão em nosso País, passando por todas as provas na Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo.
Cumprido mais essa etapa legal, dedicou-se particularmente à atividade cirúrgica. Trabalhou como chefe de clínica no serviço do professor Alves de Lima na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Por ocasião da instalação da 2ª Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, em 1917, tornou-se assistente do professor Alves de Lima, permanecendo nesse cargo até o falecimento desse catedrático.
Posteriormente, galgou a condição de adjunto da 1ª Clínica Cirúrgica de Homens e, logo em seguida, tornou-se chefe substituto desse serviço até sua nomeação para administrador da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Nessa função reorganizou os diferentes serviços do Hospital Central, assim como melhorou o centro cirúrgico, equipando-o e deixando-o como um dos mais atualizados de então. Também criou e desenvolveu o serviço de farmácia.
Oscar Cintra Gordinho foi presidente da secção brasileira do International College of Surgeons. Foi membro da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo. Nesse sodalício foi muito atuante. Na gestão de Antonio Carlos Gama Rodrigues3(1944-1945) exerceu o cargo de tesoureiro e, na gestão seguinte de Eduardo Monteiro (1945-1946), o cargo de vice-presidente, tendo que assumir interinamente a presidência já em 1945, por ocasião das comemorações do 50o aniversário da entidade.
Juntamente com Antonio Carlos Gama Rodrigues e Pedro Ayres Netto5 , Oscar Gordinho participou da Comissão de Redação dos Anais do Segundo Congresso Médico Paulista promovido, em 1945, pela Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, sob a presidência de Antonio Carlos Gama Rodrigues. Esse evento teve sua sessão de encerramento no Teatro Municipal de São Paulo, em 7 de março de 1945, e contou com autoridades, tais como dr. Sebastião Nogueira de Lima, secretário da educação e representante do dr. Fernando Costa, interventor federal em São Paulo. Nessa efeméride, Oscar Gordinho discursou em nome do presidente eleito, Eduardo Monteiro, que não pôde comparecer por motivo de força maior.
Oscar Cintra Gordinho tornou-se o 45o presidente, na gestão seguinte, da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, exercendo seu mandato anual entre 1946-1947. Como presidente teve oportunidade de desenvolver as secções científicas; iniciar e manter simpósios sobre diversas questões de clínica e terapêutica cirúrgica. Implementou, pela primeira vez em nosso meio, uma campanha visando um estudo das diferentes especialidades farmacêuticas, procurando controlar o valor terapêutico dos diversos preparados. Ademais, auxiliou as instituições oficiais encarregadas desse controle.
Oscar Cintra Gordinho era abastado e teve também penetração e interação nos meios políticos de sua época, caracterizando-se como um democrata. Faleceu em 27 de maio de 1954, aos 64 anos. Seu nome é honrado numa rua, no bairro da Liberdade, da cidade de São Paulo.
NOTAS:
Esta biografia é uma autoria do Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.
Parte do material aqui consignado foi obtida na biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e na Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
João Alves de Lima foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante dois mandatos anuais entre 1907-1908 e 1913-1914.
Antonio Carlos Gama Rodrigues foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1944-1945.
Eduardo Monteiro foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1945-1946.
Pedro Ayres Netto atuou como secretário-geral (1944-1945) e presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1948-1949.