Sebastião André de Felice
Sebastião André De Felice, filho de Vicente De Felice e Maria de Paula De Felice, nasceu em 16 de janeiro de 1945, em São Paulo, capital.
Graduou-se, em 1970, pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É casado com Maria Cecília Pucci De Felice e tem quatro filhos: Andréa, Cynthia, Renata e Marcelo. Interessa-se por leitura, viagens, música clássica e MPB2 , além de esportes.
Sua formação profissional e científica, iniciada quando acadêmico, levou-o nessa fase a receber o Prêmio Celestino Bourroul3 pelo trabalho “A Incidência da Giardíase em Crianças de Grupos Sócio-Econômicos Diferentes”, pesquisa de cunho pediátrico e de saúde pública.
No final de seu curso médico, já demonstrando vocação em pediatria, frequentou com interesse e assiduidade as enfermarias do Pavilhão Condessa Penteado da Santa Casa de São Paulo, onde professores renomados o encaminham para o desejo crescente no cuidado dos pequenos pacientes.
Encerrado o curso médico foi aprovado em concurso de residência em pediatria na Santa Casa de São Paulo. Realizou, com grande aproveitamento, a residência em pediatria e, no 2o ano, escolhido por seus pares, foi aceito em lista tríplice pela chefia do departamento como residente chefe do Departamento de Pediatria. Após alguns meses, assumiu a vice-chefia da residência geral dos residentes da Santa Casa de São Paulo.
A partir de então, sem deixar a sua formação profissional, se engajou no Movimento Nacional de Residência Médica, cujo ápice do processo foi chegado no VII Congresso Nacional de Médicos Residentes na cidade de Campinas, em 1972.
Com o término da residência em pediatria foi convidado a fazer parte do corpo clínico do recém-criado Hospital Infantil da Zona Norte, onde passou a exercer atividades de socorrista e em enfermarias junto aos pacientes internados.
Fez estágio no Hospital das Clínicas no Setor de Alergia e Imunopatologia com a professora dra. Annelise Strauss de duração de um ano. Após esse período retornou como médico pediatra na Santa Casa de São Paulo e médico do Setor de Alergia do Hospital do Servidor Público Municipal. Assumiu, simultaneamente, atividades ligadas ao ensino, como professor instrutor do Departamento de Pediatria da Santa Casa.
Com o decorrer do tempo começou a assumir atividades de coordenação/chefia e sentiu a necessidade de conhecer as atividades e técnicas administrativas de modo científico, principalmente no relativo à organização hospitalar.
Em 1975, graduou-se como administrador hospitalar pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP4 e, no ano seguinte, assumiu como docente da disciplina de administração hospitalar do Departamento de Prática de Saúde Pública da FSPUSP, e concomitantemente ocupou a função de assistente técnico da Superintendência da Santa Casa.
Em 1978 foi convidado pelo secretário de Estado da Saúde de São Paulo, professor dr. Walter Leser a assumir a diretoria técnica de departamento do Hospital Emílio Ribas. Realizou uma gestão intensa de profundas mudanças organizacionais, trazendo impactos importantes na função assistencial; de ensino e para os funcionários, pois foi o primeiro hospital público a oferecer um centro de convivência infantil para acolher seus filhos e a introduzir refeições durante a jornada de trabalho, ações de grande relevância e repercussão humana e social.
Em 1983, aceitou o desafio de assumir a diretoria técnica de Departamento do Parque Hospitalar do Mandaqui e do Hospital Infantil da Zona Norte. Após estudos se propôs à reorganização dos citados nosocômios em um único hospital, o Complexo Hospitalar do Mandaqui, na região norte da capital paulista. Desse intenso trabalho surge a dissertação de mestrado a qual versou sobre a reorganização dos hospitais transformando-os em um complexo hospitalar de grande complexidade e resolutividade assistencial da região. Com a colaboração do corpo clínico iniciou-se, no novo hospital, o internato de 5o e 6o ano para alunos da Faculdade de Medicina de Jundiaí, e aprovouse pela Comissão Nacional de Residência Médica, a residência médica em nove áreas.
Considerando seu trabalho realizado, deixou a diretoria técnica do Complexo Hospitalar do Mandaqui e continuou suas atividades no Instituto de Saúde, onde passou a desenvolver pesquisa na área pediátrica, resultando na tese de doutoramento, em 1991.
Em 1992, inspirado na obtenção de novos conhecimentos, ingressou no curso para médico legista na Academia de Polícia. Nomeado como médico-legista, não assumiu as atividades por incompatibilidade de horários e atividades. Entretanto, pelo excelente desempenho no curso foi convidado para ser professor colaborador no Departamento de Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Em 1994, se inscreveu em concurso público, sendo aprovado para professor livre-docente do Departamento de Prática de Saúde Pública da FSPUSP.
Em 1995, o secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania fez o convite para assumir a Superintendência do Instituto de Medicina Social e Criminologia de São Paulo (Imesc) com a incumbência de reestruturar o órgão. Após visitas oficiais de estudos a Cuba, Estados Unidos da América e Inglaterra, implantou, em 1999, o acesso à tecnologia de DNA5 para investigação de paternidade à população carente do estado de São Paulo.
De 2003 a 2009 assumiu a diretoria técnica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e estabeleceu novas diretrizes, metodologias, mecanismos e procedimentos voltados ao incremento da transparência institucional, com vistas à prevenção da malversação dos recursos; à eficiência da gestão e à garantia de qualidade no atendimento à população.
Dentre outras entidades a que pertence ressalta-se a de ser membro associado da Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia e Academia de Medicina de São Paulo .
Atualmente, continua o seu trabalho como gestor, sendo coordenador de serviços de saúde na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e mantém suas atividades docentes como professor associado da FSPUSP.
NOTAS:
Biografia e foto foram fornecidas pelo autor.
Pequenas inserções e adaptações do texto ao perfil desta secção, assim como as notas de rodapé foram feitas pelo Acad. Helio Begliomini, Titular e Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo sob o patrono de Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.
MPB: Música Popular Brasileira.
Celestino Bourroul foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante dois mandatos anuais entre 1917-1918 e 1938-1939, e é o patrono da cadeira nº 38 desse sodalício.
USP: Universidade de São Paulo.
DNA: Ácido Desoxirribonucleico.
Sebastião André De Felice ingressou como membro titular da Academia de Medicina de São Paulo, em 26 de abril de 1984. Galgou a condição de membro emérito desse sodalício e tornou-se o primeiro ocupante da cadeira no 20, cujo patrono é Jacob Renato Woiski.