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José Henrique Germann Ferreira: “O SUS precisa ser replanejado”

13.05.2019 | Tertúlias

“Melhorar o acesso da população ao serviço de saúde é o principal desafio hoje do SUS. Há uma dificuldade muito grande de se prover oferta com a demanda existente”, afirmou o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann Ferreira, ao fazer um balanço dos 100 primeiros dias frente à Pasta e apontar as prioridades de governo.

Germann foi o palestrante da Tertúlia de maio da Academia de Medicina de São Paulo, realizada no último dia 9, na sede da Associação Paulista de Medicina.

“Estamos aqui hoje para celebrar o ano de 1974, quando na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo tivemos a formatura de ilustres médicos, dentre eles José Henrique Germann Ferreira, conhecido pelos trabalhos desenvolvidos ao longo de sua carreira na gestão da saúde privada e agora na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo”, disse o presidente da Academia e da APM, José Luiz Gomes do Amaral.

Na ocasião, o secretário de Saúde apontou o encarecimento da área – vinculado ao envelhecimento da população, à mudança dos perfis de doenças, à incorporação ineficaz de tecnologia e à menor participação do Governo Federal sob o ponto de vista de disponibilizar recursos financeiros ao estado – como problema recorrente do sistema público.

“Aqui em São Paulo, o Governo Brasileiro é responsável por apenas 25,7% das despesas com os serviços de saúde. Nos municípios, em média, 31% de seus orçamentos são voltados para a área, ultrapassando muito os limites que podem suportar. Em algumas cidades paulistas, por exemplo, as secretarias querem que o governo estadual assuma hospitais.”

Os gestores da Saúde enfrentam, ainda, ações judiciais que se avolumam ano a ano, segundo ele. “Isso afeta imediatamente a equidade do sistema. Em 2017, chegou a R$ 1 bilhão as despesas para a Secretaria. Agora, houve uma diminuição em razão de uma série de programas que temos desenvolvido”, informou.

Como propostas, Germann falou da importância de integrar os serviços assistenciais em redes (hierarquização e regionalização); experimentar e consolidar novos modelos de gestão, ressalvados os princípios fundamentais; replanejar o SUS para ampliar a cobertura e a integralidade; e investir em sistemas de informação/informatização. “A busca pela eficiência não significa ‘economizar’ recursos, e sim usá-los melhor e ampliar o atendimento”, reforçou.

“Faz parte do objetivo da Academia de Medicina de São Paulo cultuar no seu corpo de acadêmicos, sejam titulares, correspondentes ou honorários, assuntos relevantes como essa palestra que aqui tivemos. Colocamo-nos à inteira disposição da gestão da Saúde do nosso País e do nosso povo”, concluiu Amaral.

Texto: Keli Rocha
Fotos: BBustos Fotografia